É notório que a globalização trouxe mudanças significativas dentro da sociedade. Com o mundo mais conectado, culturas diferentes entram em contato e misturam-se diariamente. Esse fenômeno traz à tona a questão da apropriação cultural relacionada não apenas com o respeito como também com a segregação entre os indivíduos. Jean Paul Sartre já dizia: ''O inferno são os outros''. Pois bem, a pauta da apropriação cultural resume-se principalmente na questão do respeito à cultura e às tradições de determinado grupo. Sendo assim, muitos acessórios possuem significados importantes, até mesmo religiosos, que ao serem utilizados por alguém que os desconhece, gera desconforto e um sentimento de ofensa àquele grupo que os considera sagrados. Destarte, foi o que aconteceu na polêmica envolvendo uma menina branca que, para disfarçar os efeitos da quimioterapia, decidiu usar um turbante que é considerado simbólico para a população negra. Todavia, deve-se considerar que a fusão de culturas faz parte da história da humanidade, e a globalização permite essa mistura ainda mais forte. No Brasil, por exemplo, país completamente miscigenado, é muito comum observar pessoas de diferentes regiões compartilharem uma mesma tradição, fenômeno compreensível e inevitável em uma nação como essa. Dessa forma, é necessário muito cuidado ao defender a pauta da apropriação cultural pois essa militância pode gerar mais preconceito juntamente com um sentimento de segregação entre as pessoas. Portanto, há de se afirmar que a questão da apropriação cultural deve ser debatida e conhecida para evitar futuros transtornos sociais. Logo, para tal efeito é necessário o comprometimento por parte do governo e das escolas em esclarecer esse assunto por meio de debates, palestras e exposições que divulguem as origens e significados das diferentes culturas e tradições da população que faz parte da nação brasileira.