De acordo com o movimento Tropicália que simboliza a miscigenação, não existe pureza nacional. Sendo assim, a adoção de diversos elementos culturais são interiorizados em uma sociedade e,posteriormente, difundidos a outrem. Essa difusão ocorre seja pela indústria cultural, haja vista pelo processo de globalização. A partir disso, há uma constância de debates acerca da apropriação cultural. Primeiramente, vale salientar que o Brasil é um país constituído por sincretismos. A exemplo disso, é plausível citar o período colonial marcado pela imposição cultural portuguesa,bem como a catequização jesuítica implantada aos indígenas. Destarte, a partir da ideia filosófica de Luiz Felipe Pondé, somos frutos de diversos choques culturais. Desta forma, é evidente que a construção histórica social está intrinsecamente ligada à mescla de diversas culturas. Para tanto, os elementos originados por um povo são disseminados a outros de maneira estereotipada e banalizada. Isso ocorre devido a falta de conhecimento que se tem da história por trás de um símbolo ou elemento cultural. Como exemplo disso, tem-se o uso negligente de turbantes que são meramente utilizados para representação estética, deixando-se esvazar a luta escravocrata marcada por esse símbolo. Outrossim, destaca-se a indústria cultural como uma das causas da problemática da disseminação inapropriada de cultura. Uma vez que, o mercado tende a demarcar seus interesses exclusivamente na obtenção de lucros, o real significado dos elementos simbólicos originados por uma tribo são claramente perdidos. De acordo com Karl Marx, o materialismo histórico é o motivo da desorientação humana, de maneira análoga, a consequência da materialização da cultura é a ressignificação dos elementos e, posteriormente, a desvalorização de determinados grupos. Em contrapartida, a falta de responsabilidade por parte dos indivíduos, na aquisição e utilização banalizada de elementos que correspondem à uma determinada cultura, gera conflitos sociais. Fica claro, portanto, que há grandes entraves na valorização cultural de um povo, bem como na utilização correta de elementos que constituem determinados grupos. Desta forma, é mister entender o significado real e as origens de determinados símbolos, a fim de promover o respeito e valorização.Para isso, as medidas devem iniciar-se nas escolas em parcerias com o Ministério da Educação e da Cultura, com o intuito de promover gincanas pautadas na diversificação cultural, onde sejam formados grupos para representarem diferentes povos e tribos, apresentando seus costumes e símbolos. Ademais, as secretárias da educação dos municípios juntamente com as prefeituras, podem estabelecer projetos com atividades interativas, como teatros ,por exemplo, voltados a representação de variadas culturas em cenários públicos que abranjam toda a população .