Enviada em: 18/06/2017

Miscigenação de gêneros                     Aos 60 anos de idade, a cartunista Laerte se assume como mulher e travesti no contexto conservador brasileiro, incitando o questionamento sobre o que é gênero e como sua repressão pode durar anos.                     É sob este aspecto que hoje o Brasil entra na lista dos países com maiores mortes ao grupo LGBT's (lésbicas, gay, bissexuais e transsexuais/travestis) no mundo; essa opressão, entretanto, persiste há séculos por uma sociedade que foi ensinada a repetir os conceitos de "homem e mulher", e como cada um deve agir, criando problemas como o machismo e a ideia de superioridade entre sexos e opções sexuais.                           Após a aprovação do casamento homossexual nos Estados Unidos da América, repercutido em todo o mundo, tornou-se mais evidente a presença ditatorial de conservadores e religiosos no congresso e parlamento brasileiro, tendo inclusive direito á uma bancada exclusiva num país que é laico.                   A falta de representatividade e ao apoio aos grupos considerados minorias socialmente, também é uma forma de oprimir, que carrega altos índices de suicídio e vidas infelizes, onde num país tão plural seja necessário adaptar-se ao singular.                          Paulo Freire já falava sobre uma "cultura da paz", onde torna-se evidente o papel da educação e tolerância. É necessário, portanto, que as instituições educadoras estimulem, através de debates e saraus, o conhecimento acerca de gênero aos seus alunos. Ainda assim, a mídia deve apoiar o movimento das minorias, através da divulgação, como as obras de Laerte, que hoje vive á dar voz e incentivar na cobrança de representatividade; para que o Brasil torne-se líder em respeito, estimulando a miscigenação e a pluralidade, e não a opressão.