Enviada em: 28/07/2017

Em 2017, ascendeu ao sucesso a cantora "Pabllo Vittar". Apesar de seu inegável talento, o qual rendeu parcerias com outros artistas renomados como "Anitta" e os norte-americanos do "Major Lazer", por vezes, outro aspecto chamou mais atenção que sua voz. Nesse sentido, o fato de ter nascido biologicamente homem, porem se identificar com o gênero feminino, é fato que levanta opiniões diversas  dentro da opinião pública. Desse modo, é evidente a importância de discutir-se diversidade de gênero, que no Brasil enfrenta entraves socio-educacionais que precisam ser repensados.    Primeiramente, deve-se pontuar o preconceito dentro de nosso país. Pierre Bourdieu, filósofo francês, define "violência simbólica" como as opressões morais e psicológicas sofridas por um indivíduo ou grupo social. Nessa perspectiva, esse conceito é explícito em nossa sociedade visto o julgamento , por vezes, dado as pessoas que não se adequam aos papeis ditos "tradicionais" de gênero. Dessa maneira, em muitos casos, esse grupo é alvo de discriminação e rejeição, em função não só pela negligencia em compreender suas orientações, mas também pela ocorrências de achismos, ignorância e falta de empatia.    Além disso, é preciso ressaltar défices em nosso sistema educacional. Nesse sentido, o atual modelo de ensino funciona tal qual uma linha fordista, visto a imposição em série de conteúdos objetivando ,quase exclusivamente, o vestibular. Dessa forma, o espaço para discutir a questão em torno da diversidade de gênero é reduzido a tópicos pontuais coniventes as provas-muito pequeno comparado a sua importância. Assim, perde-se tanto a oportunidade de melhor instruir e orientar acerca desse assunto, a fim de gerar mais empatia e aceitação dentro dos estudantes, quanto a oportunidade de desconstrução precoce de discursos de ódio, muito em virtude da escola abster-se de sua função social de informar e preparar para vida em sociedade.    A nação ,portanto, tem um quadro crítico que precisa ser revertido. Logo, é essencial a atuação de ONG`s de caráter humanitário junto a redes sócias, como "Facebook" e "Twitter". Desse modo, com a veiculação de campanhas em vídeo que objetivem desconstruir preconceitos e esclarecer, didaticamente, o que são as diversas orientações de gênero, a fim de gerar um corpo social mais tolerante. Também é necessária a ação do Ministério da Educação, junto aos municípios. Dessa forma, com a promoção nas grades escolares de espaços de diálogo e debate com especialistas, no intuito de melhor instruir e desnaturar estereótipos acerca da diversidade de gênero, objetivando criar maior empatia e respeito a essas minorias. Talvez, assim, pessoas como Pabllo tenham sua cidadania e individualidade melhor respeitadas, prevalecendo tolerância e inclusão.