Enviada em: 03/09/2017

Em 2014, a cantora Conchita Wurst, personagem de Tom Neuwirth, chocou o público ao vencer um show de talentos musicais na Europa. Com sua aparência feminina misturada à barba masculina, não só levou vitória mas enfrentou obstáculos comuns quanto a afirmação de diferentes gêneros. Evidenciado principalmente pelo desconhecimento a cerca da diversidade do mesmo, assim como o desamparo perante à justiça. Nesse aspecto, é preciso discorrer e encontrar alternativas para essa realidade.       É necessário, em primeiro lugar, destacar a imposição de valores que acaba por restringir a discussão. Desde muito tempo que a lógica tradicionalista adota uma única divisão binária: masculino ou feminino. Entretanto, essa limitada concepção dificulta a identificação dos transgêneros - pessoas que se identificam em mais de um gênero -, e consequentemente seu pertencimento em sociedade. Alguns avanços nesse âmbito foram conquistados, como por exemplo, em 2014 quando o Facebook ofereceu mais de 50 termos para classificar gêneros. Porém, é no preconceito  a principal evidência que indica que é preciso mais apoio e mudanças.       Em contrapartida, há ainda a difícil situação relativo às políticas públicas para com a diversidade de gêneros. Isso porque o Projeto de lei da Câmara 122 de 2006, o qual propunha a criminalização dos preconceitos pela orientação sexual e identidade de gênero fora arquivado. Além disso, de acordo a Secretaria de Educação Continuada, cerca de 38,2% das pessoas em ambiente escolar tem preconceito em relação ao gênero. Dessa maneira, a aversão e também a violência para os LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) torna-se cada vez mais frequente graças ao desamparo da lei.       Fica claro, portanto, que há sérios obstáculos a serem vencidos perante essa problemática. Por isso, é fundamental que a escola em parceira com o Ministério da Educação promovam estudos e palestras que privilegiem o diálogo aberto sobre a diversidade de gênero a fim de incutir o respeito desde já nos pequenos. Cabe também ao Supremo Tribunal Federal a reconsideração da lei arquivada bem como a presença efetiva do Estado no que tange à execução de tal medida para o combate do preconceito. Por fim, a mídia pode através de campanhas despertar a importância da tolerância nos indivíduos em sociedade. Pois, já dizia Helen Keller que o resultado mais sublime da educação é a tolerância, que então assim garantirá a igualdade entre os gêneros.