Discussões quanto à diversidade de gênero tem gerado grande repercussão em todo o mundo, e com isso, diversos países, incluindo o Brasil, criaram leis que promovam a inserção de sua população LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transexuais) na sociedade, como a legalização do casamento homoafetivo e criminalização da homofobia. No entanto, o assunto ainda é tratado como um tabu por grande parte da sociedade brasileira, sendo comum a ocorrência de atos de violência física e verbal a esses grupos. Nesse sentido, faz-se necessário entender suas causas, que estão relacionadas a problemas educacionais e culturais. Em primeiro lugar, a falta de discussões acerca da diversidade de gênero no ambiente escolar corroboram com a problemática. Por conta do grande estigma social, os educadores evitam debates que tratam do respeito às diferenças de gênero. Prova disso foi o projeto Escola Sem Homofobia, criado pelo Ministério da Educação (MEC), que visava exibir vídeos educativos para os adolescentes, com reflexões sobre os preconceitos presentes na sociedade atual. Porém, por conta de reclamações dos responsáveis, o material sequer chegou a ser distribuído. Dessa maneira, ideias intolerantes não são coibidas e continuam a perpetuar no pensamento social. Outro problema vigente é o grande preconceito da sociedade, oriundo desde a formação do estado brasileiro. Além de preconceitos trazidos pelos portugueses, a Igreja Católica, muito presente na colonização do Brasil, repudiava quaisquer manifestações sexuais que não fossem entre homem e mulher, considerando impuras ou doentes as relações LGBT. Nos dias de hoje, é possível perceber que grande parte da população ainda sofre influência desse pensamento. Dessa forma, é comum ver notícias sobre agressões a pessoas LGBT, como os ataques violentos vistos no Rio de Janeiro e São Paulo, em 2010, e questões de gênero possuem grande dificuldade de tramitar no Congresso Nacional, prejudicando a resolução do impasse. Portanto, a forma como a população brasileira lida com a diversidade de gênero é um retrocesso e medidas precisam ser tomadas urgentemente. Nesse sentido, o Governo Federal, por meio do MEC, deve distribuir cartilhas didáticas, com conteúdo adequado aos jovens, ensinando sobre respeito de gênero e sua importância para a sociedade em todas as escolas do país. Além disso, deve intensificar a punição em crimes de homofobia e dar apoio as vítimas, para que haja maior número de denúncias. Somente assim, teremos uma sociedade mais justa para todos.