Após toda a censura do final do século XX, o Brasil vive um momento de fervorosas discussões sobre variados temas. Levando isso em conta, é preciso atentar-se para linha tênue entre a liberdade de expressão e a ofensa, principalmente quando se trata de assuntos que por muito tempo foram silenciados, como é o caso da diversidade de gênero. É fato que essa questão necessita de abordagem, entretanto, apesar do relativo esforço por parte da mídia, as políticas de apoio ainda são frágeis, ocasionando um efeito reverso ao esperado. Em primeiro plano, é essencial compreender como a falta de esclarecimento pode ser prejudicial no debate sobre diversidade de gênero. Um exemplo disso é a grande confusão feita em cima dos termos travesti, drag queen e transgênero. Uma vez colocados no mesmo patamar, as necessidades individuais cada grupo não serão sanadas de maneira eficaz. Para garantir a compreensão sobre o assunto, é preciso que, além de novelas que retratem a realidade dessas minorias, a conscientização seja feita também fora das telas, o que raramente é visto. Além das falhas de instrução por parte do Estado, as leis de proteção à esse público são insuficientes, já que, junto ao preconceito sofrido nas ruas, observa-se também a resistência dentro do próprio senado, principalmente por parte da bancada cristã conservadora. A realidade no Brasil segue a contra mão de pensadores como Aristóteles, que considerava a justiça como base da sociedade, uma vez que o próprio governo fecha os olhos para as questões da diversidade de gênero, prejudicando a vida de muitos. Evidência-se, portanto, a urgência de medidas políticas que possibilitem o real exercício de cidadania à todos. A diversidade de gênero existe e deve ser respeitada. Para que isso aconteça, é essencial que o senado aprimore projetos e os leve a diante através de leis rígidas, que visem combater a disseminação de ódio. A aliança entre orientação e ações concretas é o único caminho possível para que o Brasil seja de fato, um país de todos.