Em 2017, a novela "A força do querer", da Rede Globo, retratou o drama que uma jovem, Ivana, passa com seu corpo cujo aspecto não é identificado por ela. Durante a trama são revelados alguns obstáculos que devem ser auferidos por quem, assim como a personagem, não se sente confortável com a aparência original. Tais problemas são, principalmente, a discriminação e a violência. Por isso, a sociedade deve inverter seus conceitos acerca dessa situação e transformar o modo como lida com ela. É importante, inicialmente, analisar que uma das principais causas é o preconceito. Muitos, por motivos religiosos ou por influências conservadoras, por exemplo, não procuram saber sobre esse fenômeno- suas causas, processos e consequências- e deduzem que isso é algo totalmente anormal ou apenas um ato para chamar a atenção da sociedade. Com isso, a aversão às pessoas que passam por essa transição torna-se, infelizmente, cada vez mais recorrente e, muitas vezes, evolui para a violência física ou verbal. É interessante, ainda, frisar que, com o preconceito e discriminação sofridos, muitas pessoas nessa situação não procuram ajuda profissional para realizar a transição. Com isso, muitos tomam hormônios sem receita médica- de forma ilegal-, o que corrobora para o aparecimento de diversos problemas de saúde, como tumores no fígado, obstrução de artérias, ou, até mesmo, infarto. Assim, nota-se que a assistência profissional é de suma importância para a realização correta do processo. Evidencia-se, portanto, que a questão de gênero no Brasil ainda possui complicações para serem resolvidas. Para isso, é necessário que as Instituições de Ensino abordem esse tema, através de aulas específicas e palestras com pessoas que enfrentaram tal situação, a fim de ratificar o quanto o preconceito é maléfico e ensinar a importância da diversidade. É imprescindível, também, que o Ministério da Saúde crie projetos de acompanhamento físico e piscicológico com profissionais para realizar a transição de forma segura e garantir o bem estar do paciente.