Enviada em: 28/04/2018

"Tráfico humano/ Onde caminham nossos filhos?/ Nosso futuro vendido por pão/ Toda a inocência roubada no medo". Esse trecho da composição de Desertor retrata a realidade, na qual o tráfico de pessoas tornou-se um caso crescente em um corpo social dominado pelo lucro, que desrespeita os seres humanos ao trata-los como objetos de comércio. Logo, seja pela legislação omissa, seja pela educação irresponsável, essa prática é banalizada e demanda de uma nova postura da sociedade e do Estado.       Não se pode refutar que a pobreza e a ausência de oportunidades de emprego estejam entre os problemas. Haja vista, as pessoas que se encontram nesta situação, diante da falta de meios para a sobrevivência, buscam melhores condições de vida. Dessa forma, é possível perceber que, o tráfico de pessoas está atrelado ao fluxo migratório, uma vez que os traficantes prometem vantagens à vítima em países desenvolvidos.      Outrossim, a descriminação de gênero corrobora para o tráfico de pessoas, como o sistema patriarcal, que estabelece uma relação de submissão da mulher com seu marido, sendo vista como propriedade deste. Nessa situação, as mulheres estão mais vulneráveis ao tráfico, devido ao cenário de violência doméstica que estimula a fugirem de suas casas.      Portanto, o Estado, por seu caráter socializante, deverá promover políticas públicas que visem garantir proteção as vítimas e punição aos criminosos, contidas no Protocolo de Palermo e deverá garantir os direitos de privacidade e segurança. Deve ainda, proporcionar tratamento médico e psicológico, garantindo o bem-estar das vítimas; a escola como formadora de caráter, deverá  incluir matérias como igualdade de gênero em todos os anos da vida escolar, contribuindo para a diminuição da vulnerabilidade da mulher. ONGs e comunidades em cooperação, deverão garantir o direito dos trabalhadores imigrantes, bem como auxílio no processo de migração, para que ocorra de forma segura.