Enviada em: 29/04/2018

''A voz do povo é a voz de Deus'', frase paradoxalmente popular em um país em que nem sempre a maioria popular obtém sucesso. A história do Brasil é fortemente marcada pela presença de escravos negros, os quais eram trazidos para serem comercializados e mais tarde serem obrigados a trabalhar e viver em péssimas condições. Castro Alves, com sua poesia social na era Romântica, muito escreveu sobre a necessidade da abolição da escravidão e do tráfico. Contudo, mesmo com a proibição de tais eventos devido os frequentes protestos a favor da liberdade, atualmente ainda é presente o ato do tráfico humano no Brasil, principalmente pela fronteira ou até mesmo dentro do país, comprovando que a voz popular não obteve êxito.   De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico de pessoas consiste no ato de comercializar, escravizar, explorar e privar vidas, caracterizando-se como uma forma de violação dos direitos humanos por ter impacto diretamente na vida dos indivíduos, não importa se há supostamente um consentimento por parte da vítima. Mesmo que o tráfico humano não seja tão perceptível quanto o tráfico de drogas e armas, é possível afirmar que este primeiro, é capaz de gerar cerca de 32 bilhões de dólares por ano, e seus aliciadores, muitas vezes conseguem pessoas facilmente, pois estes possuem alto nível de persuasão e propõem melhores condições de vida para as vítimas, que aceitam por não possuírem informações devidas sobre esse crime.    Vale ressaltar que no Brasil existem cerca de 250 rotas do tráfico nacional e internacional da exploração sexual de mulheres e adolescentes, sendo as principais rotas aquelas que estão nas regiões mais pobres do país. Os traficantes se aproveitam da precariedade na fiscalização de fronteiras entre o Brasil e seus países vizinhos (Colômbia, Bolívia, Paraguai, entre outros), onde existe reduzido quadro de fiscais, corrupção nos órgãos de fiscalização e extensa divisa. Além disso, a partir do desenvolvimento econômico no país, o Brasil está cada vez mais se tornando um país que recebe essas pessoas para que haja a exploração, seja sexual, para extração de órgãos ou trabalho bruto.   A partir dos fatos supracitados, podemos identificar que é necessário que o Governo Federal junto com a mídia realizem campanhas informativas sobre os perigos que uma oportunidade de trabalho pode apresentar, seja ela nacional ou internacional, alertando que antes de aceitar a proposta de emprego, é preciso ler atentamente o contrato de trabalho, buscar informações sobre a empresa contratante. Além disso, se faz necessário investir em maior quantidade de fiscais nas fronteiras e realizar encontros diplomáticos com os países vizinhos afim de atenuar tal problema. Logo, realizando essas medidas, a voz do povo finalmente será valorizada e a liberdade conservada.