É indubitável que a ascensão na qualidade de vida é o desejo da maioria dos indivíduos.Diante desse quadro, a busca por empregos que oferecem uma quantia significativa de dinheiro é corrompida por pessoas que utilizam-se das situações de vulnerabilidade pata obter lucro por meio do comércio ilegal de pessoas. Assim, a vida é transformada em uma mercadoria e o despreparo das autoridades reforça a problemática. Nesse contexto, não há dúvidas de que é fundamental o combate ao tráfico de pessoas, minimizando a negligência das autoridades e a desinformação da sociedade. Convém ressaltar, a princípio, que a desigualdade social é um fator determinante para procura de mão de obra no exterior. Quanto a essa questão, é notório que, a vulnerabilidade dos indivíduos em situações de extrema necessidade financeira não permite que esses exijam informações suficientes para identificar ilegalidade nos trabalhos oferecidos. Assim, a ausência de conhecimento somada a dificuldade de inclusão no mercado de trabalho, dificulta o processo de combate. A lamentável condição é percebida no dado da ONU, que informa a movimentação de 32 bilhões de doláres por ano com tráfico humano. Em consequência disso, as vítimas encontram inúmeras dificuldades em variados âmbitos. Um exemplo é a falta de despreparo das autoridades em identificar e abordar corretamente os cidadãos injustiçados. A polícia, por exemplo, não questiona se uma mulher que trabalha em ruas e boates como garota de programa pode ser vítima do tráfico humano.Nessa lógica, é notável que o poder público - agente fornecedor dos direitos mínimos - não cumpre o seu papel, uma vez que não proporciona de forma abrangente a prevenção e nem promove a repressão do crime, caracterizando um despreparo descomunal. Infere-se, portanto, que medidas públicas são necessárias para a alteração desse cenário.O Ministério da Educação, em parceria com instituições de apoio as vítimas, deve divulgar campanhas como a "Coração Azul" e informar em espaços públicos, como ginásios, a forma em que casos de tráfico acontecem e as maneiras de se prevenir, além de divulgar meios para denúncias.É imprescindível, ainda, que as autoridades recebam aulas de qualificação e estejam capacitados para abordagem das vítimas, questionando de forma respeitosa o motivo de estarem fora de seus países e identificando regiões em que há maior probabilidade de acontecer. Para além disso, aqueles que sobrevivem sob essas situações devem receber apoio psico-social, visibilidade da sociedade e incentivo para combater essa ideia de que a vida tem preço. Poder-se-à, assim, efetivar o combate ao tráfico humano.