Enviada em: 28/04/2018

Navio Negreiro da escravidão moderna   Castro Alves, um grande poeta da 3ª geração romantista, em seu poema Navio Negreiro descreve uma cena de um tráfico de negros: Presa nos elos de uma só cadeia, a multidão faminta cambaleia, e chora. Apesar da escravidão negreira ter sido abolida em 1888 no Brasil, hoje existem outras formas de exploração, como é o caso do tráfico de pessoas. Embora, invisível e desconhecida por muitos, foi responsável por aproximadamente 40,3 milhões de casos de trabalho forçado e escravidão moderna em 2017.   Em primeiro lugar, é preciso compreender as principais causas que levam ao indivíduo a se submeter a essa condição. Muitas vezes, o desejo de conhecer novas culturas, o desejo de transformar o corpo, a necessidade de sustentar a família, a busca por melhores oportunidades e o casamento com um estrangeiro são os motivos que levam as pessoas a caírem em falsas promessas feitas pelos traficantes, principalmente através das redes sociais, como o Facebook. Posteriormente, após o recrutamento, transferência e abrigo, a situação se revela em prostituição, trabalho forçado, servidão doméstica e até mesmo remoção de órgãos.    Além disso, é preciso entender o por quê da escravidão moderna de pessoas ser tão invisível aos olhos de tantas pessoas. A falta de alerta e sensibilização pode ser considerada a maior de causa do desconhecimento da grande parte da população em relação ao tráfico humano. Seja por parte das mídias, ONG's e do governo, o envolvimento desses atores nessa questão, que hoje é a terceira maior atividade ilegal do mundo, atualmente é fraca e muitas vezes ineficaz. No entanto, mais ações, feitas de forma elaboradas e abrangente, poderiam provocar uma indignação da população, que alertada poderia denunciar mais casos suspeitos e não aceitar que indivíduos sejam comprados ou vendidos.    Visto, portanto, que o tráfico de pessoas é um situação complexa e perigosa, é preciso ações para tentar sanar esse problema. O Ministério da Educação, juntamente com o auxílio de ONG's que priorizam a questão de direitos humanos, crie um projeto interdisciplinar para todas as escolas de ensino fundamental e médio, cujo objetivo trate de direitos humanos para que eduquem as crianças e adolescentes a denunciarem casos suspeito de tráfico humano, através de palestras e atividades interativas. Também, é preciso que o Ministério de Direitos humanos e as mídias, incentivadas pelo governo através de selos de causas sociais, criem propagandas nas redes sociais que sensibilizem a população frente ao assunto. Dessa forma, educando e alertando, talvez os relatos do Navio Negreiro que hoje permeiam em meio a escravidão moderna venham ficar só no papel.