Enviada em: 28/04/2018

De acordo com o filósofo Sartre, o ser humano está condenado a ser livre. No entanto, devido ao tráfico de pessoas, a realidade contemporânea vai de encontro às ideias existencialistas, culminando a condenação do indivíduo. Nesse contexto, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e as redes sociais prejudicam a liberdade e o combate ao contrabando na sociedade.   Em primeira análise, vale destacar a herança histórico-cultural como principal responsável pela manutenção da exploração humana, principalmente de mulheres. Segundo Rousseau e a sua teoria do "bom selvagem", a maldade do indivíduo advém da sociedade; portanto, os estereótipos femininos que, posteriormente, corroboram com o seu tráfico, são desenvolvidos na infância, através de, por exemplo, brinquedos infantis como utensílios domésticos e bonecas para as meninas, e carrinhos para os meninos. Por consequência disso, as crianças naturalizam e reproduzem a objetificação feminil ao longo da vida.   Atrelado à sociedade, nota-se, ainda, que as redes sociais são eficientes veículos usados pelos traficantes. Isso porque, com a fragilidade humana atual, proposta por Bauman, os contrabandistas conseguem facilmente manipular o indivíduo por meio de falsas propostas financeiras ou sentimentais. Um exemplo da preocupante ocorrência de casos de tráfico humano está em dados da Organização das Nações Unidas: 32 bilhões de dólares são gerados anualmente por meio da exploração de pessoas. Consequentemente, o fácil controle do mundo virtual pelos propulsionadores do crime facilita a problemática.  Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. É imprescindível que o Ministério da Educação inclua o ensino obrigatório sobre o feminismo na grade curricular escolar do ensino infantil ao médio, a fim de impedir o desenvolvimento da inferiorização feminina. Ademais, os donos das redes sociais devem se unir para fortalecerem a segurança do mundo virtual, garantindo a liberdade proposta por Sartre e o fim do tráfico.