Enviada em: 30/04/2018

Por muitos séculos, o mundo presenciou e usufruiu da mancha que marcou a história da humanidade chamada escravidão. No Brasil Colonial, por exemplo, era comum o tráfico negreiro, em que europeus superlotavam seus navios de negros trazidos da África, para que atuassem como escravos nas Américas. Nos dias de hoje, o tráfico de pessoas vai além da ocupação forçada e apresenta uma intensificação do desejo de lucro. Dessa forma, sabe-se que a ilusão da melhoria de vida e a falta de visibilidade do tema influenciam na problemática em questão.  Observa-se, em primeira instância, que o uso da mão de obra escrava ainda é um problema recorrente em todo o globo. Isso acontece, pois a falta de oportunidades de emprego aliada à baixa escolaridade faz com que muitas pessoas acreditem em falsas promessas de melhores condições de vida fora do país. É o caso, por exemplo, de professores de capoeira e bailarinos brasileiros que estão sendo contratados para viver na China e na Malásia, países onde a atividade circense é prática comum, e ao chegarem, se deparam com empregos insalubres e desumanos. Assim, o tráfico humano se constitui como a maior violação dos direitos humanos deste século.  Além disso, nota-se, ainda, que a invisibilidade causada pela prática silenciosa no mercado negro virtual é responsável pelos altos índices de tráfico humano. Isso ocorre através do desenvolvimento do comércio online, comumente encontrado na Deep Web, uma parte obscura da internet que não é acessada com facilidade e possui uma variedade de ilegalidades. Com isso, muitas mulheres motivadas pelo desejo de conhecer uma cultura diferente ou na busca por empregos na área de modelo, por exemplo, acabam entrando em armadilhas feitas por negociantes. Sob esse viés, acabam sendo utilizadas na prostituição e exploração sexual.  Faz-se necessário, portanto, soluções para impedir a continuidade do comércio de pessoas no Brasil e no mundo. Para tanto, a ONU, em parceria com as federações, deve criar um organismo para buscar atualizar os perfis das vítimas, identificando quais as regiões mais vulneráveis e crias programas que visam a geração de emprego e renda, com o fito na melhoria da qualidade de vida dessas populações, para que não caiam nessas armadilhas. Ademais, a mídia, com poder influenciador, deve realizar campanhas para informar a população acerca do problema, assim, é fundamental chamar a atenção da mesma para as campanhas nacionais de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas, aderidas pelo Ministério da Justiça (MJ), como a “Coração Azul”, realizada pela associação do MJ com redes televisivas e sociais, à exemplo da Rede Globo e Youtube.