Enviada em: 06/02/2018

Historicamente, no Brasil colônia, escravos eram pessoas de pele escura trazidas do continente Africano. Na conjuntura hodierna, por sua vez, a condição escravista não se limita somente a cor da pele dos cidadãos, mas abrange a ilusão de empregos promissores no exterior, realizadas por aliciadores, alimentando o tráfico de pessoas. Desse modo, é imprescindível discutir sobre essa temática e seus impactos não só na vida desses cidadãos enganados, como também na dos aliciadores que são beneficiados à custa da vida e liberdade desses sofredores.         Exploração. Lucro exacerbado. Carga de trabalho excessiva. Esses são os principais motivos que levam os aliciadores a traficar pessoas. Diante da necessidade da sociedade capitalista em obter lucros cada vez maiores, esses aliciadores aproveitam-se da inocência desses cidadãos para continuar praticando o tráfico. Pra disso foi, segundo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), mais de 63 mil pessoas serem vítimas de tráfico entre 2012 e 2014. Nesses viés, mesmo com tantos avanços, como a Lei 13.344 que teoricamente abolia esse crime, o tráfico de pessoas ainda é recorrente.        Paralelo a isso, de acordo com a teoria da Seleção Natural de Charles Darwin, somos frutos de processos evolutivos. No entanto, analogamente, é indubitável que essa evolução não ocorreu no que tange ao tráfico de pessoas, uma vez que essa ainda é uma mazela que persiste em nossa sociedade. Assim, nas condições de vida a que são submetidos, esses seres humanos sofrem maus tratos e exploração diária que constroem marcas psicológicas que são carregadas por toda a vida deles. Logo, é incontrovertível que os direitos assegurados pela Constituição não são praticados fielmente, dado que a mazela continua. Evidencia-se, portanto, que o tráfico de pessoas ainda é uma realidade para muitos. É imperioso, então, uma parceria entre o Governo Federal e o Poder Judiciário para abrir delegacias especializadas em trabalho escravo em todos os estados que façam buscas para resgatar pessoas que ainda passam por isso, para que esse mal seja erradicado de vez. Cabe, ainda, ao Poder Judiciário multar empresas e pessoas que pratiquem o tráfico, além de prender os responsáveis por isso, para estimular a extinção da prática. Por fim, é mister que a mídia com apoio do Governo lance campanhas publicitárias na TV e internet que incentivem a população a denunciar esse mal, para ajudar no combate ao crime. Quem sabe assim todos os cidadãos que vivem nessa realidade tenham seus direitos garantidos.