Enviada em: 13/04/2018

Thomas Hobbes, importante filósofo inglês, dizia que “o homem é o lobo do homem”. De fato, percebe-se que o escritor estava certo, tendo em vista que, em pleno século XXI, alguns indivíduos, em busca de obterem lucros à custa de outros, fazem uso de um dos mais terríveis problemas já presenciados pela humanidade: o tráfico de pessoas. Nesse sentido, deve-se analisar como a desigualdade social e os avanços tecnológicos corroboram com a persistência da problemática.      Em primeira análise, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, criada em 1948, institui que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direito. No entanto, sabe-se que, na prática, esses direitos não são garantidos a todos, visto que, segundo a Organização Mundial do Trabalho, cerca de 21 milhões de pessoas são vítimas do tráfico de pessoas em todo o planeta. Nesse contexto, uma das principais causas da problemática é a desigualdade social. Aproveitando-se da vulnerabilidade socioeconômica de alguns indivíduos, os traficantes, por meio de falsas promessas de emprego e melhores condições de vida, se apropriam dessas pessoas, submetendo-as à escravidão, seja para a exploração sexual ou trabalho forçado.       Sob outro ângulo, os constantes avanços tecnológicos possibilitados pela Revolução Técnico-Científica têm colaborado com o comércio ilegal. De acordo com a ONU, as redes sociais e os aplicativos de mensagem são, atualmente, o principal meio do tráfico de pessoas, tendo em vista a facilidade e agilidade de comunicação que essas ferramentas proporcionam. Dessa forma, enquanto a sociedade não se posicionar efetivamente, com ações de prevenção e repressão aos grupos criminosos que atuam nesse segmento, os indivíduos continuarão sendo submetidos a essa realidade cruel, que fere os direitos humanos e abala milhões de pessoas.       Do modo exposto, percebe-se que o tráfico de pessoas é um problema a ser superado. É mister, portanto, que o Governo Federal, em conjunto com o Ministério do Trabalho, estabeleça medidas de assistência às pessoas que se encontram em vulnerabilidade socioeconômica, garantindo-as programas de qualificação profissional e emprego. Ademais, é imprescindível que haja uma ação conjunta entre as empresas de telecomunicação – como o facebook e o instagram – e os usuários dessas redes, estes denunciando possíveis grupos traficantes; aquele, fiscalizando as páginas suspeitas. Para isso, deve-se criar, nas redes sociais, páginas que permitam que os indivíduos efetuem denúncias anônimas, visando otimizar as investigações. Dessa forma, o homem deixará de ser o lobo do próprio homem.