Simone de Beauvoir, escritora e ícone do pensamento feminista, abordou em sua obra Segundo Sexo a hierarquia social do gênero masculino. Hoje, apesar de estar presente na Declaração dos Direitos Humanos que, independente do sexo, todo indivíduo pode gozar dos direitos nela presentes, muitas mulheres ainda sofrem discriminação. Nesse contexto, a garantia dos direitos e a conquista da igualdade de gênero encontram barreiras, não só pela cultura do machismo e visão de sociedade patriarcal, mas também pela falta de legislação e fiscalização efetiva. Convém ressaltar, a princípio, que o machismo ainda presente na cultura brasileira, indubitavelmente, dificulta a conquista da igualdade de gênero. Baseados em ideais de uma sociedade patriarcal, muitos indivíduos visualizam as mulheres como inferiores, isso reflete na discriminação feita com elas e, também, em comportamentos agressivos e controladores, sendo frequentes casos de violência e abusos. Percebe-se, diante dessa realidade, a necessidade de uma mudança nos valores da sociedade para superar esses conceitos machistas. Ademais, o Artigo 2, o qual prevê que nenhum indivíduo terá seus direitos infringidos por distinção de sexo, não é efetivado pelo Poder Executivo. Tristemente, desvalorizadas pelo machismo supracitado, muitas mulheres sofrem preconceitos, principalmente, no ambiente de trabalho. Diante disso, segundo pesquisas do G1, a diferença de salários entre homens e mulheres, que ocupam os mesmos cargos, chega a 50%, ocasionada, indiscutivelmente, pela falta de uma legislação específica. Urge, assim, a intervenção nessa condição, objetivando minimizar tamanhas divergências. Portanto, torna-se imprescindível medidas que visem ao combate dessas barreiras. Cabe ao Poder Legislativo repensar leis específicas que busquem a garantia da igualdade de gênero no ambiente de trabalho, por meio do requerimento da semelhança dos salários e paridade no número de cargos de chefia entre homens e mulheres. Além disso, buscando desconstruir a hierarquia social masculina citava por Simone e a cultura do machismo, o Ministério da Educação, pode requerer das instituições de ensino a promoção de palestras e apresentações, retratando a importância da igualdade de gênero, a fim de, desde a tenra idade, formar indivíduos conscientes quanto ao respeito e valorização da figura feminina.