Enviada em: 08/08/2018

A Constituição Federal de 1988 normatiza que homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações. Entretanto, os frequentes casos de preconceito sofrido pela população feminina mostram que elas não desfrutam desses direitos na prática. Assim, nota-se os desafios ligados à igualdade de gênero no Brasil, seja pelo machismo, seja por estereótipos criados acerca das mulheres. Com efeito, evidencia-se a necessidade de medidas para mitigar esses obstáculos às cidadãs.      Convém ressaltar, a princípio, que o Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque esse modelo de pensamento, desde a colonização até os dias atuais, prega a submissão feminina, a qual, ainda no século XXI, está intrínseca na mentalidade de muitos homens que, na maioria dos casos, trata sua companheira como uma "propriedade". Esse fato, somado ao pensamento da ativista feminista Simone Beauvoir de que quando se respeita alguém não queremos forçar a sua alma sem seu consentimento, ocorre porque a liberdade feminina é algo que deve ser respeitado, uma vez que esse direito é violado gera violência e aumento do feminicídio.      Além disso, pode-se apontar que o determinismo biológico criado acerca das mulheres é um dos principais fomentadores da desigualdade de gênero no país, uma vez que esses estereótipos definem a mulher como "sexo frágil" gerando sua exclusão no mercado de trabalho, já que os homens possuem total domínio social não exigem um meio laboral mais inclusivo. Essa conjuntura pode ser explicada pelo pensamento de A.Schopenhauer de que os limites do campo de visão de uma pessoa determinam seu entendimento a respeito do mundo que a cerca. Dessa maneira, nota-se que o privilégio é invisível para aqueles que possuem.      Infere-se, portanto, que é imprescíndivel a minimização dos entraves para a igualdade de gênero. Para que isso ocorra, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de deliberar acerca do machismo e seus efeitos por meio de campanhas, palestras e peças teatrais que desistimulam esse pensamento entre crianças e adolescentes para que, a longo prazo, o machismo na sociedade brasileira seja findado. Ademais, é necessário que a mídia trabalhe com a ficção engajada, através da promoção de mulheres fortes em novelas e filmes, para assim encorajar cada vez mais a população feminina e quebrar estereótipos retrógados. Poder-se-á, assim, visar a uma sociedade, de fato, igualitária no Brasil.