Durante os últimos anos, questões como machismo e igualdade de gênero passaram a receber grande visibilidade midiática, a fim de que estereótipos impostos às mulheres sejam superados, a violência contra elas seja eliminada, e a equidade profissional, alcançada. A existência de "privilégios masculinos" e disseminação das heranças da sociedade patriarcal são as causas mais evidentes para que o machismo persista ainda hoje. Nesse viés, a teoria do "Habitus", desenvolvida pelo sociólogo Pierre Bourdieu, afirma que a sociedade incorpora as estruturas sociais que são impostas à sua realidade. Após incorporá-lo, esse padrão é naturalizado e reproduzido ao longo do tempo, sendo aceito pela maioria da população. Dessa maneira, é possível explicar porque os ideias machistas estão fortemente integrados à realidade atual: os princípios valorizados nas décadas passadas ainda apresentam influência no mundo contemporâneo. Por conseguinte, muitas mulheres se veem presas aos antigos padrões de beleza porque acabam sendo criticadas caso contrariem algum deles, já que o simples fato de ser mulher faz com que ela apresente algumas desvantagens. Dessa forma, uma mulher acima do peso, afrodescendente ou que tenha filhos são fatores ainda mais agravantes para a desigualdade de gênero, principalmente em ambientes profissionais, onde muitas vezes o sexo feminino é mal remunerado se for comparado ao masculino. Situações como as descritas anteriormente justificam a necessidade da luta pela igualdade entre os gêneros. Primordialmente, a mídia deve, por meio de propagandas e campanhas, estimular o fim de padrões e a remuneração de forma justa, a fim de que o fato de ser mulher não seja um fator que justifique a diferença entre salários. Ademais, as instituições de ensino devem conscientizar as crianças e jovens, em parceria com as famílias, por meio de práticas que estimulem o respeito, para que a cultura patriarcal exista somente no passado. Apenas dessa maneira o machismo incorporado à sociedade será um hábito superado.