Enviada em: 10/05/2019

Desde os processos denominados ´´revoluções industriais´´ e a ascensão do capitalismo o mundo vem, demasiadamente, priorizando produtos e mercado em detrimento de valores humanos essenciais. Nesse âmbito, nota-se que, em pleno século XXI, as sociedades não alcançaram a equidade de gênero, uma vez que a mulher é vista como um ser subordinado ao homem, além disso, esse problema começa no próprio ambiente familiar.        Convém ressaltar, a princípio, que, segundo o sociólogo Amitai Etzione, uma sociedade responsiva é aquela em que os padrões morais reflitam as necessidades básicas de todos os membros. Diante disso, nas civilizações atuais os comportamentos morais em relação à igualdade de gênero tornam-se desumanas, haja vista que as propagandas realizadas pela mídia são um exemplo do fato mencionado. Nesse contexto, os anúncios publicitários sempre buscam associar a mulher a trabalhos de menor complexidade intelectual, como afazeres domésticos ou ainda mostrá-las como mero objeto sexual, recorrentes em propagandas de bebidas alcoólicas. Enfim, essas narrativas culturais de inferiorizar o sexo feminino só servem para limitar o seu papel na sociedade.       Ademais, é evidente que ser homem ou mulher são construções históricas e culturais. Nesse cenário, a diferença de tratamento baseada apenas no gênero é algo inaceitável e que, geralmente, começa no leito familiar, uma vez que se torna corriqueiro que em pleno domingo após o almoço, enquanto os homens vão descansar, as mulheres são responsáveis pelos serviços domésticos posteriores. Assim sendo, a busca pela igualdade deve começar desde a infância, já que, conforme o ativista político Henri Lacordaire, a sociedade não é mais que o desenvolvimento da família: se o homem sai da família corrupto, corrupto entrará na sociedade.    Infere-se, portanto, a importância da equidade de direitos, deveres e oportunidades, independente do gênero. Logo, é imprescindível que as ONGs, em parceria com as escolas, criem um projeto para ser desenvolvido nas instituições de ensino, o qual promova palestras, apresentações artísticas e atividades lúdicas a respeito da importância de se tratar igualmente a mulher em todas esferas sociais, uma vez que ações coletivas tem imenso poder transformador, afim de conscientizar a comunidade escolar e a sociedade em geral. Ademais, cabe ao Governo federal liberar verbas para a mídia promover campanhas educativas, em que seja realizada narrativas ficcionais engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem da mulher ocupando profissões tradicionalmente masculinas, como na chefia de grandes empresas, a fim de contribuir para as jovens meninas terem alguém para se espelharem e adquirirem coragem para,  posteriormente, ocuparem o trabalho que desejam.