Enviada em: 07/10/2017

O Brasil carrega uma forte cultura machista e patriarcal, herdada do período em que foi colônia portuguesa. Assim, o país se desenvolveu de maneira excludente, priorizando e valorizando o homem em detrimento à mulher. Nesse contexto, tornou-se um desafio para a sociedade do século XXI tanto romper com a divisão desigual de gêneros como debater acerca dos impasses para o empoderamento feminino.    A princípio, pontuam-se as desigualdades existentes como reflexos da participação feminina na história do país. Comprova-se que há uma exclusão da mulher há séculos através da aquisição do direito ao voto, adquirido apenas em 1930, com o governo de Getúlio Vargas, enquanto os homens já detinham o sufrágio desde o período monárquico, no século XVI. Esse cenário, entretanto, ainda é recorrente, já que, apenas 15% dos cargos políticos - Ministérios e Senado – possuem representantes do sexo feminino, de acordo com o Jornal BBC. Desse modo, nota-se que a luta por igualdade entre os gêneros também se faz presente no contexto político.     Ademais, convém frisar que a resistência à mudança do papel da mulher contribui para a segregação da mesma. A figura feminina, durante muito tempo, foi exclusivamente de reprodutora, submissa ao homem. Com o advento da Revolução Industrial, seu papel se alterou, tornando-se necessária no mercado de trabalho. Entretanto, sua inserção no cenário trabalhista é desigual, pois, segundo o IBGE, as empresas ainda priorizam a contratação de homens, considerados mais estáveis na carreira profissional tendo em vista a possibilidade de dedicar-se somente aquilo, enquanto mulheres devem ser responsáveis pelos trabalhos domésticos e pelos filhos. Dessa maneira, percebe-se que a Constituição Federal ainda é negligenciada, já que, assegura a isonomia de poder e influência entre os sexos, quadro totalmente distinto do que é observado no Brasil.     Logo, é incontrovertível que se alcance uma sociedade igualitária entre os gêneros. Para isso, é necessário que o Poder Executivo atue, disponibilizando maior acesso a cargos e funções políticas - para as mulheres, integrando-as nesse ambiente, visando romper com a cultura excludente imposta desde os anos coloniais, garantindo a isonomia de poderes entre todos os cidadãos. Além disso, é fundamental que as escolas, com apoio do Ministério da Educação, desenvolvam, por meio de atividades lúdicas e coletivas, a consciência de igualdade entre os gêneros, desconstruindo a divisão de papéis entre homens e mulheres, possibilitando o empoderamento feminino. Ainda, cabe ao Legislativo, fiscalizar e punir - com multas - empresas que contrariem a Constituição Federal, excluindo a figura feminina de cargos de poder e influência usando como justificativa seu gênero.