Enviada em: 18/10/2017

A desigualdade entre homens e mulheres é um dos maiores abismos que saparam a sociedade contemporânea da equidade. O estigma de sexo frágil, as disparidades salarias, o ideal de dona de casa exemplar, muito difundido no século XX, e o machismo, configuram fatores que comprovam essa discrepância social ao contrariar o artigo 5° da Constituição Federal Brasileira, que diz que todos são iguais em seus direitos e obrigações. Vale ressaltar que essa condição não é restrita no âmbito entre homens e mulheres, haja vista que a comunidade LGBT, que defende que uma pessoa tem a capacidade de construir a sua própria identidade, é marginalizada por causa dos esteriótipos impostos para a manutenção desse sistema patriarcal.       Os esforços feitos para a edificação da dicotomia homem versus mulher culminou em papéis sociais bem atribuídos e delimitados a cada um. Em pleno século XXI, é comum, mesmo depois de tantos avanços tecnológicos, que as mulheres sejam tolhidas de seus direitos por conta dos privilégios dos homens. Ademais, é importante frisar que a estruturação dessa iniquidade vai além do preconceito, tendo muito a ver com as escolhas feitas a partir da construção social dos gêneros e das experiências atribuídas a homens e mulheres desde a infância. Dizer que uma coisa é de menino ou de menina pode parecer algo inocente, mas é a partir daí que se começa a formar na cabeça dos futuros adultos qual será o papel de cada um na sociedade – o que se reflete na vida pessoal, nos estudos e, finalmente, no mercado de trabalho. Para se ter uma ideia, as mulheres, que representam a maioria da população mundial, ocupam menos de 6% de todos os cargos executivos disponíveis.        Não se pode esquecer que a questão de gêneros transcende a oposição homem X mulher: ela se associa à capacidade e à possibilidade de um ser construir sua identidade. Dessa forma, a comunidade LGBT está intimamente ligada a esta luta de equidade de gêneros para a obtenção de direitos civis. Pessoas trans foram contempladas, recentemente, com o direito do uso do nome social na hora da matrícula em algumas universidades e concursos públicos, o que elucida algumas conquistas dessa incansável militância. Portanto, ao se pensar como Simone de Beauvoir, os padrões de gêneros não são biológicos, mas sociais, logo, podem ser redefinidos.        Para mudar este cenário, é preciso promover uma mudança cultural na sociedade, que só é possível por meio da educação. Dessa forma, os educadores e as famílias devem se informar para que possam conscientizar as crianças contra o sexismo e a segregação. Cabe aos meios midiáticos a propagação de informação e conhecimento, que pode ser em conjunto a algumas ONGs que já realizam este trabalho em campanhas pela igualdade. Por conseguinte, o Estado deve dar incentivo, aliado aos meios de comunicação, aos empregadores para que se molde a ideia de que homens e mulheres são iguais, dentro de suas particularidades, e, assim, se faça valer o artigo 5º da Constituição Federal Brasileira.