Enviada em: 09/05/2018

Desde o iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza com o problema do outro. No entanto, quando se observa a cultura do estupro ,no Brasil, hodiernamente, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria e não desejavelmente na prática. Desta forma, a problemática persiste intrinsecamente ligada á realidade do país, seja pela forma que a mulher é vista na sociedade brasileira, seja pela normalização da mulher como objeto sexual.    É indubitável que a questão constitucional e a sua aplicação estejam entre as causas do problema. Segundo o filósofo grego Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a forma que a mulher é vista no meio social, rompe essa harmonia, haja vista, a falta recursos ofertadas pela má segurança. Desse modo, muitas vítimas sofrem em sigilo , não denunciam o ocorrido, e como consequência vários abusadores permanecem soltos, cometendo inúmeras outras atrocidades.   Outrossim, destaca-se a normalização da mulher como objeto sexual como impulsionador do problema. De acordo com Durkheim, o fato social consiste na maneira de agir e de pensar, dotado de exterioridade, generalidade e coercividade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que o conceito machista de submissão sobre o sexo feminino já é enraizado desde muitas gerações. Desse modo, a vitimização da mulher depende do modo como esta  se vesti ou se comporta na sociedade. Ou seja, de acordo com os conceitos arcaicos predominantes na sociedade atual, se a vítima veste saias curtas ou se comporta de um jeito ousado é porque necessariamente ela pediu para ser abusada, e consequentemente a culpa passa a ser necessariamente da mulher e não do abusador.   É evidente, portanto, que há entraves para garantir a solidificação de políticas que visem á construção de um mundo melhor. Destarte, o Governo em parcerias com o Ministério da Segurança deve implantar mais delegacias da mulher, com políticas que visem o melhoramento das práticas de segurança, para que a vítima não tenha medo de denunciar o abusador e consequentemente o número de caso de estupro diminuam. Logo, o Ministério da Educação (MEC) deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos, que discutam o combate ao abuso sexual e a forma da mulher como sexo frágil e objeto, a fim de que o tecido social se desprenda de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, assim como na alegoria da caverna de Platão.