Enviada em: 23/07/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando um se mobiliza pelo problema do outro. Entretanto, quando se observa a cultura do estupro formada ao longo do tempo e o tratamento deplorável das mulheres pela sociedade brasileira, verifica-se que esse ideal Iluminista é constatado apenas na teoria, mas não na prática, e a problemática persiste intrinsecamente ligada à realidade do país.    Diante disso, dois fatores de extrema importância que corroboram para o problema devem ser analisados: A passividade e ineficiência da fiscalização dos estupros e a visão patriarcal sobre a mulher.    Segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o número real de mulheres estupradas no Brasil é mais de meio milhão, porém apenas 10% desses casos chegam à justiça. O principal motivo disso é a falta de fiscalização e eficiência do poder judiciário, uma vez que policias não investigam as acusações, e a burocracia envolvida atrapalha o decorrer do julgamento, tornando o crime mais provável.    A mulher ser estrupada por estar bêbada ou usar roupas curtas acabou se tornando normal para a sociedade, que julga que a mulher é parcialmente culpada por ser estuprada, simplesmente por não seguir padrões estabelecidos,  oque demonstra como a visão patriarcal à respeito das mulheres está enraizada na sociedade brasileira. Desse modo, medidas são necessárias para resolver o impasse.    Diante dos argumentos supracitados, o Estado deve contratar agentes investigadores mais qualificados, para o campo, atendimento das vítimas e julgamentos dos casos, aumentando a eficiência da fiscalização. E também junto com ONG's deve promover campanhas e propagandas de conscientização da gravidade do problema para população, diminuindo a visão patriarcal sobre a mulher. E conseguindo, por meio dessas formas, acelerar o combate à cultura do estupro.