Enviada em: 30/07/2018

No livro " O segundo sexo " da filosofa Simone de Beauvoir, é abordado a objetificação do corpo feminino e como essa feminilidade interligada a mulher é tratada pela sociedade. Á partir dessa perspectiva é possível analisar como a cultura do estupro permeia o cotidiano das mulheres e como atenua  a  normalização da violência sexual contra mulher . Com base em tal contexto torna-se necessário lutar contra essa cultura opressora que assola um mal-estar na civilização.   A objetificação do corpo feminino traz consigo o fator primordial para entender como a cultura do estupro se perpetua dentro da sociedade. Em primeira análise, essa objetificação representa  retirar a humanidade do sujeito, tal como a desconsideração do psicológico e emocional, transformando o em um objeto. Desse modo é lançado um olhar de inferioridade a mulher, como se fosse uma categoria singular da espécie humana, e não um ser humano de fato. O que torna inaceitável a continuação desse pensamento, que por sua vez culmina em suprimir as mulheres.   Á exemplo dessa  opressão, foi o caso de uma adolescente que foi abusada e vítima de um estupro coletivo no Rio de Janeiro em 2016. E que apesar de  ter sido violentada, recebeu críticas e julgamentos de cunho sexista e misógino de internautas via redes sociais. Ou seja, a culpabilização da vítima é outro fator ligado diretamente a essa cultura retrógrada, o estupro é o único crime em que a vítima é julgada com o seu agressor,  não pela justiça mas sim pela sociedade, é nesse ponto que se enxerga com clareza a cultura do estrupo. O que impede a segurança , justiça e o bem estar para com as mulheres seja algo real no Brasil.    Sob esse viés, é perceptível a complexidade que essa temática esta envolvida e enraizada na sociedade. E os males que ela trás para a evolução social como um todo e por isso deve ser combatida. Em detrimento de tais fatores, faz-se necessário a ação do Estado através do Ministério da Educação, medidas educacionais como forma de combater a essa cultura, de maneira que envolva a família , já que a mesma é um dos primeiros núcleos sociais em que o individuo é inserido. É preciso fazer o uso da mídia como forma de maior alcance ao público para debater o assunto e os males que ele gera para sociedade. E mudanças dentro das próprias instituições governamentais , em que as mulheres possam ter lugar de fala, e abranger discussões com a sociedade, pois a cultura do estupro é estrutural, logo para modificar essa situação necessita mudar nas estruturas base de uma sociedade, que é Estado, família e educação.