O tempo destrói tudo O combate a violência sexual contra mulheres é imprescindível. Dentro desse panorama, em 2014 o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) lançou dados alarmantes sobre o fato, indicando que apenas 10% dos casos são registrados. Diante disso, é possível verificar que as vítimas não denunciam os casos ou por medo do responsável pela violência ou pela ineficiência das instituições públicas. Desse modo, a omissão nesses casos acarreta na perpetuação dos crimes. Dentro dessa perspectiva, a cultura do estupro se mantém e justifica a atitude violenta masculina, sendo esses os principais agressores em 90% dos casos de acordo com estudo acima, normalmente pessoas pŕoximas a vítima. Então, o comportamento agressivo se torna banal e legitimado. Juntamente com a objetivação feminina pela visão machista da sociedade e a culpabilização da vítima pelo estupro, pois a mulher não tem a liberdade de se vestir ou dizer não a um insulto. Tornando-se alvo de algum criminoso. Como exemplo, o filme Irreversível (2002) que apresenta a crueldade sofrida por Alex quando é estuprada em um túnel. A justificativa do agressor é a beleza dela, demonstrando a banalidade da atitude. No início da película aparece a frase "O tempo destrói tudo". A vida da personagem é destruída pela violência sofrida. O caso é contado do fim para o começo sendo possível observar a irreversibilidade dos efeitos do abuso. Assim a vida de uma mulher violentada nunca mais será a mesma. É possível concluir que o combate a cultura do estupro passa pela criação de uma política pública com objetivo de divulgar propagandas que inibam a objetivação feminina, cartazes em espaços públicos com intuito de apresentar a situação das vítimas, além de indicar o contato a órgãos públicos responsáveis. Para a instituição policial, a criação de um órgão interno exclusivo, responsável por investigar os casos de abusos, além de acompanhamento multidisciplinar da mulher. De posse desse amparo institucional será possível evitar a destruição da vida de outras vítimas.