Enviada em: 25/08/2018

O artigo 213 do código penal brasileiro diz que o estupro refere-se a ação de constranger alguém mediante a violência ou ameaça, objetivando ter satisfação sexual. Ainda hoje persiste a existência da cultura patriarcal, que coloca o homem como centro de tudo e a mulher como objeto. Tristemente o sentimento de posse sobre o sexo feminino ocorre desde a chegada dos europeus, que fez o problema se enraizar na atual conjuntura e causar na população o pensamento de normalidade, compactuando com a relativização do crime.    Mesmo que o Feminismo tenha assegurado maior autonomia política e social à mulher, o pensamento machista, que está intrinsecamente ligado à grande parte da sociedade, ainda a julga pelas vestimentas e pensamento, expondo as mesmas a sensação de desamparo. Dessa forma, o pensamento de que é necessário preservar sua castidade e se manter pura dá continuidade a cultura do estupro, pois o machismo justifica que aquelas que fogem a esse padrão estão propícias ao abuso.    Além disso, o estupro coletivo no Rio de Janeiro, em 2016 contra uma jovem de 16 anos comprovou que existe a banalização do crime, apesar de o vídeo incriminador ter sido publicado pelos próprios autores, grande parcela da população interpretou como algo natural, tendo em vista que a jovem se encontrava em uma periferia. De acordo com o portal de notícias G1, cerca de 70% dos estupros acontecem em ambiente familiar por conhecidos ou próximos da família.    De acordo com os argumentos supracitados, fica clara a urgência de reverter o problema. A fim de alterar o olhar machista, as escolas, em conjunto com Secretarias dos Direitos Humanos devem promover debates e aulas sobre educação sexual, com intuito de conscientizar e esclarecer sobre o tema para que todos saibam identificar o crime e procurar ajuda. Ademais, é dever das Prefeituras  em conjunto com psicólogos, criar campanhas que atendam as vítimas, família e agressor, tendo em vista promover intervenções em todo ciclo de violência.