Enviada em: 17/06/2017

Mulheres, sem temer      Em 2017, uma jovem figurinista da Rede Globo reuniu coragem e denunciou, através do jornal Folha de São Paulo, um famoso ator da emissora que a assediou sexualmente e tocou em suas partes íntimas. O fato gerou grande repercussão e alimentou manifestações a respeito de um problema crnico do país: a cultura do estupro, a qual deve ser combatida incansavelmente.      Para tanto, o machismo, algo enraizado no modo de socialização nacional, deve ser desconstruído, pois ele é um dos pilares que sustentam o grande número de casos de violação das mulheres. O machista entende o assédio como algo natural e apreciado pelas mulheres, bem como julgam ser normal submetê-las à sua vontade.       Desse modo, a educação sexual, além de ensinar sobre prevenção de gravidez, sexo seguro e doenças sexualmente transmissíveis, deve também focar na questão do consentimento, da identificação de violência sexual e da compreensão das crenças distorcidas que estimulam os abusos.      Sendo assim, nota-se que as punições estabelecidas pelo Código Penal são necessárias, porém insuficientes para alterar uma violência que deita raízes em um amplo modelo de socialização machista. Logo, o Ministério da Educação deve elaborar e determinar a qualificação do ensino da educação sexual para que ele integre também as questões relacionadas ao combate à cultura do estupro. Ademais, as escolas devem buscar o apoio de integrantes do movimento feminista local para palestras e diálogos com pais e alunos acerca das propostas que visam garantir às mulheres segurança, igualdade e dignidade.