Enviada em: 17/10/2017

Em uma das cenas mais famosas dos quadrinhos, o justiceiro Homem Aranha flagra um grupo de homens ameaçando e intimidando uma jovem. Indignado, o herói ataca os bandido, salvando a atriz Mary jane. Fora dos gibis, a cultura do estupro é uma realidade no Brasil, onde tradições machistas tornam as mulheres reféns de violência verbal e sexual, tornando necessária mudanças para resolver a questão.      Um questionário online feito pela Revista Época com oito mil brasileiras revelou que 99,6% delas já passaram por situações constrangedoras na rua. Tal dado confirma a banalização do assédio no Brasil, que ofende a vítima e evidencia a desigualdade de gênero existente no país. Ademais, o alto índice de intimidação às mulheres é usado para justificar o estupro, pois tais atitudes criam uma imagem dessas como objeto sexual e legitima a invasão de sua privacidade e liberdade pelos homens.      Contudo, caminhamos lentamente em direção a uma solução para o problema. Apesar de o estupro de o assédio ser crime, muitas pessoas não denunciam se agressor, por medo de terem sua identidade revelada ou por ameaça do malfeitor. Além disso, a perpetuação de valores machistas, por meio da banalização do assédio e desvalorização feminina, acaba fortalecendo a intimidação às mulheres.      Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Em parceria com o Ministério da Justiça, a Polícia Civil deve criar uma ouvidoria pública online para receber denúncias anônimas de assédio, investigando as alegações e punindo os agressores de acordo com a lei. Além disso, como disse o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele. Assim sendo, o MEC deve instituir nas escolas públicas palestras, ministradas por professores e psicólogos, que discutam a igualdade de gênero e a importância do respeito com os demais, com o fito de interromper a perpetuação da cultura do estupro.