Enviada em: 04/09/2018

Uma relação protocooperativa pode ser caracterizada como aquela que favorece todos os envolvidos. Paralelamente, no atual cenário econômico mundial, tem ganhado espaço a chamada economia colaborativa: uma nova tendência que busca reduzir desperdícios e o consumismo desenfreado na base da troca e compartilhamento de equipamentos, imóveis e serviços - tudo feito por meio da internet.    Pode-se afirmar que a economia colaborativa tem ajudado a atenuar a impessoalidade dos centros urbanos. Nos dias atuais, em uma sociedade marcada pelo medo e desconfiança, aplicativos como o ''Tem açúcar?'', que incentiva empréstimos entre vizinhos, tem restaurado nos bairros a coesão social, característica que vem se esvaindo nas populações modernas - fenômeno já observado por Durkheim em sua teoria da solidariedade. Ademais, ao considerar as palavras do inglês Thomas Gilovich, ''a felicidade só é real quando compartilhada'', fica evidente a importância desse mercado alternativo para o aprimoramento das atuais relações sociais.    Outrossim, é válido ressaltar que essa nova prática tem colaborado para a diminuição das desigualdades. No contexto atual de crise econômica, novas formas de ganhos são constantemente procuradas pelos indivíduos, especialmente os de baixa renda, que são os mais afetados pelos pesados impostos e alta inflação. Sob essa ótica, por meio de aplicativos, qualquer pessoa pode alugar seu carro, roupas ou serviços para outras pessoas, gerando uma renda extra para si e ajudando a outra pessoa a economizar. Assim, infere-se que a economia colaborativa tem contribuído para a movimentação de capital no país, gerando empregos - mesmo que informais -, dando mais poder de compra à população e, por conseguinte, moderando as disparidades socioeconômicas entre os brasileiros.     Depreende-se, portanto, que para que haja a continuação e o crescimento da economia colaborativa, entraves devem ser amenizados. Para tal, cabe ao Ministério da Ciência e Tecnologia, em parceria com o Ministério da Educação, o oferecimento de bolsas à jovens acadêmicos proeminentes para o desenvolvimento de aplicativos, sites e outros projetos que tragam inovação à esse novo mercado, tendo em vista que os benefícios são múltiplos para a sociedade em geral e para o Estado. Além disso, os cidadãos brasileiros, aproveitando-se da internet, devem criar fóruns de discussões e avaliações dos produtos e serviços comercializados nas redes sociais, a fim de que os padrões de qualidade sejam mantidos e muitas pessoas sejam beneficiadas.