Enviada em: 11/10/2017

Com a Revolução Técnico-científica e o avanço da globalização, a tecnologia foi ganhando espaço devido às facilidades trazidas pelo acesso à internet. Assim, a sociedade de consumo do século XX, que prezava pela acumulação de bens, foi se modificando e hoje, o verbo comprar vem sendo substituído por compartilhar, emprestar e alugar, evidenciando o surgimento de uma nova configuração social por meio do relacionamento em rede, chamada de economia compartilhada.        Nesse cenário, observa-se que a economia colaborativa tem ganhado força no mercado. Sendo totalmente diversificada, indo desde redes de compartilhamento de conhecimento, como a Wikipédia, até ao compartilhamento de bens e serviços, como o Uber e o Airbnb, atraem cada vez mais o interesse popular. Além disso, por serem mais baratos do que os modelos tradicionais, garantem uma maior acessibilidade aos produtos, sem que haja necessidade do aumento na produção. Desse modo, evidencia-se uma maior preocupação com o meio ambiente e a valorização de hábitos mais sustentáveis, sendo que o consumo está mais ligado ao acesso do que à posse de produtos.        No entanto, observa-se que ao utilizar aplicativos para a comercialização de serviços, não existem leis que regem tais transações, o que gera riscos tanto para o consumidor, quanto para o empregado. Outrossim, a falta de regulamentação faz com que as empresas ligadas a tal economia paguem menos impostos, provocando uma revolta nas empresas tradicionais devido à competitividade dos preços que, muitas vezes, não podem ser batidos, acarretando em uma concorrência desleal.       Ainda convém lembrar que devido à crise econômica atual, as pessoas buscam por qualquer forma de serviço para se sustentarem, encontrando uma opção na economia compartilhada. Porém, como a esta conta com uma precarização das condições de trabalho, visto não se têm garantias quanto à jornada de trabalho e não há acesso aos direitos trabalhistas, acaba provocando uma exploração do proletariado, como criticado pelo sociólogo Karl Marx. Ademais, em tempos de Modernidade Líquida, a tecnologia afasta ainda mais as pessoas e gera uma efemeridade das relações, o que acaba por eclodir em consequências, como o comodismo, o sedentarismo e a falta de capacidade para lidar com o outro.        Sendo assim, o Governo Federal deve garantir que os direitos trabalhistas sejam sempre respeitados, através da criação de leis que atuem no meio virtual. Em adição, as escolas podem enfatizar a importância das relações interpessoais para o desenvolvimento individual, por meio de projetos pedagógicos. Por último, o Ministério da Tecnologia deve estabelecer normas que visem a igual competição entre os serviços de plataformas virtuais e empresas tradicionais, para uma concorrência mais justa. Assim, a economia compartilhada será mais eficiente e continuará se expandindo.