Enviada em: 23/03/2019

Conforme o sociólogo Paulo Freire, a educação deve servir como mecanismo de libertação do indivíduo, promovendo, dessa forma, uma "cultura de paz". A escola, com isso, seria o meio essencial para a liberação humana. Esse pensamento harmonioso, no entanto, não vigora no Brasil, uma vez que a violência e a evasão escolar são fatos crescentes no país. Assim, cabe a pergunta: como minimizar esse caos na educação, que deve ser para todos?    Em primeiro plano, é certo que o aumento da violência escolar é fruto da fragilização das famílias contemporâneas. Em "Amor líquido", Zygmunt Bauman afirma que as relações interpessoais hodiernas estão 'líquidas" (frágeis, voláteis, superficiais), visto que são consequência da sociedade de consumo, cujo princípio é o "ter" em detrimento do "ser". Assim, a família, base do indivíduo, em meio à tal liquidez, encontra-se enfraquecida devido à fragilização das relações parentais. Nesse sentido, os jovens, ignorantes acerca das formas de respeito e de fraternidade, encontram-se mais suscetíveis às diversas maneiras de intolerância e de ódio, o que, por fim,  contribui para a elevação da violência entre estudantes e professores. Prova disso foi o atentado à escola Raul Brasil, em Suzano (SP), onde dois jovens - um deles conhecido por possuir complexos problemas familiares - atentaram contra a vida de estudantes e funcionários da instituição.     Ademais, outro problema persistente na educação é a evasão escolar, fruto de desigualdades e de um sistema educacional desgastado. Segundo dados da Revista Abril, sessenta e quatro por cento dos estudantes que ingressam o Ensino Fundamental não concluem o Ensino Médio. Somado a isso, vê-se que a desistência nas escolas públicas é ainda maior que nas particulares. Nesse contexto, a condição socioeconômica é impulsionadora do problema, uma vez que muitos jovens - principalmente pobres - encontram dificuldades para se manter nas escolas, pois muitos são atraídos pelo trabalho, o que os faz largar as aulas. Outrossim, o atual modelo educacional é desgastante para a maioria dos estudantes, uma vez que prioriza a densa quantidade de conteúdos para o vestibular, a qual, frouxamente, contribui para a formação socioeducativa do indivíduo.     Portanto, vê-se que os problemas na educação são, mormente, a violência e a evasão escolar. Destarte, cabe ao Governo Federal, na figura do MEC, em conjunto com as Secretarias de Educação estaduais e municipais, promover a melhoria do convívio e do sistema escolar, mediante políticas públicas preventivas, as quais objetivem o bem-estar social e psicológico de alunos, funcionários e da família, interligando-se às Secretarias de Saúde e de Lazer e Esportes, a fim de que a escola seja, enfim, o espaço de libertação dos indivíduos.