Enviada em: 29/06/2017

O avanço comportamental e intelectual da sociedade têm permitido a observação de fenômenos antes ignorados, como o bullyng, que, na verdade, sempre existiu, no entanto, nunca foi tão danoso. Os efeitos dessa violência praticada mais comumente por adolescentes, sobretudo nas escolas, são prejudiciais a todos os agentes participantes ( alvo, autor e observador) e a sociedade em geral que é ferida com frequência pelo desencadeamento dessa cultura violenta intensificada pelo advento das redes sociais.       Nesse contexto, torna-se necessária uma reflexão sobre as causas do bullying para melhor compreender seus efeitos. O descaso dos adultos responsáveis por monitorar esses jovens, por exemplo, atua como respaldo para os autores praticarem a agressão, pois, entendem assim que não serão devidamente punidos. Além de desanimar os alvos de se manifestarem, já que isso não funcionaria e poderia ter como resultado retaliações. Nessa realidade intimidatória, é de se esperar que o desenvolvimento acadêmico seja comprometido, desrespeitando os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente que busca garantir a plena educação de seus defendidos.       Além disso, o ambiente familiar é definitivo para o comportamento desses agentes. A vítima geralmente não encontra em casa pais engajados com o desenvolvimento do filho. Bem como é bem mais provável que o agressor sempre tenha sido exposto a violência em seu lar, aprendendo assim que para obter o respeito de crianças e adultos, deve adotar uma postura abusiva. Nessa linha, uma pesquisa divulgada pela Abrace indica que mais de um terço dos professores também já sofreram bullying no exercício de sua profissão. Assim como todas as vítimas, esses também são mais expostos a adquirirem baixa autoestima e depressão ao longo da vida.       Para que se reverta esse quadro problemático, portanto, seria importante a atuação da família que pode tornar-se mais presente na vida do adolescente, criando um ambiente seguro, para que, se o jovem sofrer maus-tratos, se sentir confortável para falar sobre. Além disso, programas como o "Escola sem Bullying" que buscam diminuir a ocorrência de agressões nas escolas, podem ser adotados por todas as Secretarias de Educação para incentivar o bom relacionamento entre os alunos. Como disse Karl Mannheim, o que se faz agora com as crianças é o que elas farão depois com a sociedade. Nesse sentido, esforços não podem ser economizados para poupá-los da violência.