Enviada em: 20/08/2017

"Bullying"(palavra do inglês que pode ser traduzida como "intimidar" ou "amedrontar") é uma situação caracterizada por agressões verbais ou físicas realizadas por um ou mais indivíduos causando danos principalmente psicológicos em outra pessoa, essa não possuindo capacidade de se defender o que caracteriza uma relação desigual de poder. No Brasil, tal fenômeno está presente há várias décadas, porém a verdadeira preocupação só chegou às instituições de ensino em 2015, ano em que a prevenção e o combate à prática virou lei no país. Diante disso faz-se necessário analisar as causas desse impasse e possíveis soluções para o problema.    Em primeiro lugar, é preciso destacar a importância do papel da escola na solução de casos de "bullying". Apesar de ser um fenômeno que pode ocorrer em vários ambientes como na rua ou no trabalho, a maioria dos casos relatados acontecem nas escolas. Segundo pesquisas do Centro de Empreendedorismo Social do Terceiro Setor, 28% dos estudantes já foram vítimas e outros 70% presenciaram agressões entre colegas.  A verdade é que a intimidação existe porque há espectadores. Estudantes agressores costumam ser populares e admirados além de possuírem boa autoestima, com isso, muitos se espelham nas atitudes do agressor como forma de satisfação pessoal.  A escola tem um papel importante na formação social, convivência no coletivo e nas relações interpessoais. Paulo Freire já falava em uma "cultura da paz", evidenciando o papel da educação na exposição de injustiças, a convivência com o diferente e a tolerância. Isso mostra a necessidade de debater o assunto.     Em segundo lugar, destaca-se o papel da família que deve estar atenta aos seus filhos e deve desenvolver um ambiente de acolhimento caso o "bullying" já tenha acontecido. Nesse contexto, destaca-se o Massacre de Realengo ocorrido no Rio de Janeiro em 2011. O estudante Wellington Menezes entrou na Escola Municipal Tasso de Oliveira, imobilizou os meninos e matou as meninas como forma de 'vingança' pelos maus tratos que sofria e em seguida se matou. É necessário combater este mal pois provoca baixa autoestima, evasão escolar, queda no rendimento, depressão, fobia social, desconfiança nas relações sociais e até mesmo suicídio.     Portanto, é necessário que o poder público fiscalize instituições quanto ao cumprimento da lei anti "bullying", contratando psicólogos para as escolas, como obrigatoriedade, e promovendo treinamentos. A mídia pode denunciar os casos a fim de facilitar o trabalho do governo e conscientizar a população. A escola pode promover debates com os pais por meio de palestras em grupos mostrando seu papel na prevenção do "bullying". E o Estado deve viabilizar ações por meio de campanhas educativas e incentivos fiscais no combate a esse fenômeno.