Enviada em: 20/09/2017

Para o sociólogo francês Émile Durkheim, a escola é uma das instâncias da socialização. Logo, é vital não apresentar não só conteúdo, mas também, noções de cidadania e senso crítico. Contudo, é notável que tal concepção não é aplicada nas escolas brasileiras, o que resulta na falta de coletividade entre os alunos e, por conseguinte, o bullying, que apesar de ter seu combate recentemente ratificado como lei, ainda é um problema presente na sociedade que deve ser discutido e solucionado      Em primeiro lugar, é válido destacar a motivação de tal problema. Por ser uma forma de violência disseminada em sua maioria por crianças e adolescentes -grupos sociais não possuidores de opinião própria consolidada e passíveis a influências externas, os estereótipos advindos do senso comum e disseminados pela família ou comunidade, se apresentam como a sua principal raiz. Diante disso, o indivíduo que não se encaixa em alguns padrões aprendidos e reproduzidos, como determinada aparência física, acabam sendo as maiores vítimas. Como reflexo do apresentado, no Brasil, segundo o IBGE, 46% dos estudantes já sofreram bullying, um dado grave, que apresenta consequências nocivas para os afetados.          Em segundo lugar, é necessário retratar os empecilhos para a resolução da problemática e o seu sucesso. Ao contrário do proposto por Émile Durkheim, as escolas brasileiras apresentam um modelo de ensino arcaico focado apenas no lado conteudista, em detrimento do pensamento crítico e cidadão. Ademais, existe a banalização do problema, que é rebaixado a uma simples ''brincadeira de criança'', o que desmotiva a denúncia e reprime os afetados. Á vista disso, apresentam-se como consequências desse distúrbio: o decaimento do rendimento escolar -tanto da vítima, quanto do agressor-, as doenças psicológicas e psicossomáticas e o isolamento social. Sendo assim, fica claro que tais consequências são austeras, que atingem coletivamente e devem ser resolvidas.       Fica claro, portanto, que o bullying é uma forma de violência, que gera prejuízos e precisa ser erradicada. Para isso, é necessário que o Estado, através da tecnologia de sites e aplicativos voltados para os grupos juvenis e com a participação de psicólogos, desenvolva campanhas antibullying e receba denúncias anônimas, a fim de identificar o problema e eliminá-lo. A escola e a família devem trabalhar juntas e ativamente para não naturalizar a problemática, através de palestras e projetos sobre a quebra do senso comum e a construção da percepção crítica e cidadã do aluno. Para que assim, possamos viver uma realidade semelhante à proposta por Durkheim e livre do bullying.