Enviada em: 30/09/2017

O filme "Preciosa", produzido em 2009, retrata o drama vivido por uma jovem vítima de diversas atrocidades, como exploração sexual e bullying, por parte de seus colegas de escola, por ser negra e obesa. Já fora das telas, a violência sistêmica nas escolas é uma realidade no Brasil e tem causado diversos problemas fora do ambiente escolar. Fatores como a dificuldade em aceitar o diferente e a presença de um ambiente familiar desprovido de afeto contribuem diretamente para o aumento desse tipo de violência, principalmente na infância e na adolescência.    Tendo como principal ambiente de exercício a escola, o bullying tem ganhado força ao longo dos anos, sendo mascarado como brincadeira, que, na maioria das vezes, é motivada pela discriminação com relação à cor, a origem e a orientação sexual, por exemplo. De acordo com uma pesquisa realizada com 700 estudantes pelo site Programas Abrace, chega a 35 e 33% o índice de bullying relacionados a homossexualidade e cor, o que causa reações de auto exclusão e até violência por parte das vítimas. Exemplo disso foi o massacre em uma escola de Realengo, no Rio de Janeiro, em que os maus tratos dos colegas de classe foi apontado como um dos principais motivos do ataque, que gerou 12 mortes.    Além desse fator, a realidade de um ambiente familiar violento e sem afeto leva crianças e adolescentes a absorverem esse tipo atitude e a se tornarem futuros agressores. Numa tentativa de compensar a falta do apego familiar, esses jovem reproduzem o comportamento agressivo e insensível recebido em casa na escola, causando dor e outros problemas às vítimas, como dificuldade de comunicação, diminuição do rendimento escolar e ansiedade, o que influencia, negativamente, em suas relações sociais e profissionais ao longo do tempo, uma vez que é resultado de traumas psicológicos vividos.    O bullying, portanto, é uma realidade cada vez mais presente no Brasil e tem se refletido fora de seu ambiente mais expressivo. Diante disso, faz-se necessária a ação da população promovendo palestras, gincanas e projetos com psicólogos, pedagogos e os pais das crianças e adolescentes com o objetivo de conscientizar os presentes sobre a esse tipo de violência e aproximar os alunos, diminuindo comportamentos preconceituosos de agressores, ressaltando a importância da aceitação do diferente. Já o Estado pode atuar na capacitação de profissionais da educação que trabalham no dia a dia das escolas, para agirem sobre a fiscalização do bullying nesse ambiente, promovendo punições que façam o agressor refletir sobre tal atitude, cortando assim o problema desde a infância e evitando o alastramento de suas consequências na sociedade.