Enviada em: 07/10/2017

A Declaração Universal dos Direitos Humanos prevê o direito à liberdade e à segurança. Entretanto, na conjuntura hodierna brasileira, tais proposições são contraproducentes, tendo em vista os efeitos do bullying no país, sobretudo nas escolas. Diante disso, torna-se passível de discussão as causas e consequências desse desafio para o tecido social.      Pesquisas realizadas pela Universidade de São Paulo (USP) apontam que 30% dos estudantes já sofreram bullying pelos colegas. Nesse sentido, devido à postura  de algumas pessoas em julgar ser incorreto o que foge aos seus padrões muitos são alvo de apelidos ofensivos em detrimento de características físicas apontadas como esteriótipos inferiores pelos agressores. Tais fatores acarretam em graves problemas nas pessoas agredidas pelos intimidadores: baixa autoestima, dificuldade em interagir coletivamente, ansiedade, distúrbios psíquicos e a evasão escolar.     O filósofo alemão Habermas defendia que o diálogo é o principal condutor da opinião. Nessa perspectiva, a discussão sobre o tema é imprescindível, porém é negligenciado por algumas instituições de ensino, as quais impedem o empoderamento da diversidade. Desse modo, a defasagem de debates impede que o bullying seja combatido, a qual perpetua o cerceamento da segurança e da liberdade do indivíduos no ambiente social.     Os efeitos do bullying na sociedade representam, portanto, um empecilho em garantir direitos humanos. Desse modo, é crucial que o Estado, na figura do Ministério da Educação, junto à mídia, fortaleçam as proposições da declaração, por intermédio do incentivo e concessões subsidiárias às universidades e às escolas brasileiras, com a implementação de programas como "Tudo começa pelo respeito", a fim de suscitar o respeito às diversidades identitárias, bem como enaltecer as diferenças individuais presentes na sociedade. Assim, poder-se-á transformar a população mais coesa, equânime e preparada a lidar com possíveis casos de intimidação contra os cidadãos.