Enviada em: 26/10/2017

O seriado norte-americano “Os treze porquês” conta a história de uma adolescente que sofre agressões físicas e verbais por seus colegas. Desse modo, observa-se que essa ficção cinematográfica possui verossimilhança com a realidade do Brasil, onde o bullying atinge metade das crianças e jovens, por razões como aparência física, gênero, orientação sexual, segundo a ONU. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados, como o ineficaz papel desempenhado pela escola para combater tal prática, desencadeando sérias consequências e o uso da internet para propagar o ódio.        Em primeira análise, cabe pontuar que a escola, como meio de formação do indivíduo, se tornou nociva para os estudantes que sofrem bullying. A falta de acompanhamento dos docentes em coibir os ataques possibilita que as vítimas se tornem vingativas, como a tragédia em Realengo onde um ex-aluno vítima de bullying entrou em uma escola e efetuou tiros contra os estudantes. Segundo o educador Paulo Freire, “quando a educação não é libertadora, o sonho do oprimido é ser o opressor”. Sendo assim, pode-se afirmar que a precária educação escolar gera indivíduos com sede de vingança.       Ademais, convém frisar que as redes sociais se tornaram uma ferramenta eficaz e comum no Brasil para a continuação do problema. Dessa maneira, o assédio virtual ou cyberbullying, ocorre por intermédio de postagens que difamam uma pessoa com textos e fotos constrangedoras de suas características pessoais. Além disso, este tipo de crime é normalmente praticado por agressores anônimos, o que dificulta a resolução do problema e aterroriza mais a vítima. Assim, a disseminação em massa torna público fatos íntimos ou mentirosos, afetando o convívio familiar e social, gerando insegurança constante, por vezes destruindo a autoimagem do indivíduo.      Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É imprescindível que haja uma parceria entre a família e a escola, onde a segunda promova palestras orientadas pelo Ministério da Educação explicando de que forma o bullying pode causar sérias consequências para a sociedade, citando o caso de Realengo como exemplo, e a primeira reforce o conteúdo trabalhado através da educação familiar, ensinando que o respeito é fundamental para uma boa convivência, além de monitorar o uso tecnológico dos filhos. Além disso, é também fundamental leis cibernéticas mais rígidas para a punição de agressores virtuais e mais amparo às vítimas, que devem sempre denunciar à Central Nacional de Denúncias de Crimes Cibernéticos. Logo, criar-se-á uma sociedade mais harmoniosa e igualitária para todas as pessoas.