No seriado “Todo Mundo Odeia o Chris”, Joey Caruso agride verbalmente e fisicamente seu colega de classe Chris, todos os dias. Geralmente esses xingamentos e agressões ocorrem por conta de cor, raça, etnia, condição social, entre outros fatores. Apesar de acontecerem em diversas empresas e organizações, é presente principalmente no ambiente escolar. No momento em que isso se torna constante e repetitivo, temos a realidade aterradora do bullying, e entendê-lo é o primeiro passo para conseguirmos combater esse problema. A priori, segundo o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - um em cada cinco alunos de escolas brasileiras, pratica bullying. A pesquisa evidencia que essa prática vem se alastrando cada vez mais em instituições educacionais, convém então discutir as causas desse avanço. Para Karl Marx, o homem é, em sua essência, produto do meio em que está inserido. Tal conceito relaciona-se ao bullying, haja vista que, em um grupo de alunos, basta um deles intimidar uma vítima frágil - buscando autoafirmação e sensação de poder - para que os outros repliquem essa ação. Outrossim, Muniz Sodré - sociólogo brasileiro - afirma que existem duas dimensões de violência: o ato, que define-se como ação que contradiz norma social, e o estado, que é gerado por atos violentos reiterados, em que a vítima tem uma sensação constante de insegurança. Baseado nisso, pode-se afirmar que ao sofrer bullying, o aluno, além de apresentar baixa produtividade e medo de relacionar-se, pode ainda desenvolver um desejo de vingança contra o agressor. Prova disso, foi o Massacre de Columbine, haja vista que ambos os autores do crime - que ocasionou em 15 mortos e 24 feridos - sofriam bullying. Fica evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas a fim de reprimir uma prática tão nociva como o bullying. Para isso, tanto a família quanto coordenadores educacionais devem fazer intervenções ativas - seja de forma preventiva ou sintomática - em relação à agressores, reais ou em potencial, e vitimas. Dessa forma, é adequado que palestras sejam dadas tanto para alunos quanto para a família, e que profissionais, como psicopedagogos, sejam contratados para ouvir de forma sigilosa aqueles que sofrem com isso, agindo de maneira adequada. A partir disso, alcançaremos harmonia e colaboração no processo de aprendizagem, que é o verdadeiro objetivo da educação, elevando e guiando indivíduos a um patamar superior.