Enviada em: 03/10/2018

As ágoras possuíam um enorme papel no exercício da democracia grega. Elas eram praças públicas, na qual os cidadãos se reuniam para discutir os mais diversos temas: ideologias, políticas, moralidade, entre outros. Principalmente em épocas eleitorais, as redes sociais agem como ágoras, já que permitem o debate de ideias entre eleitores e candidatos. Entretanto, surgem dois grandes problemas: a formação de bolhas sociais e o a fabricação de notícias falsas.       De certa forma, o ser humano possui a tendência de se agregar com indivíduos com pensamentos semelhantes. Com as dificuldades do meio ambiente, o animal humano necessitou da cultura social, ou seja, a formação de tribos. Entretanto, para garantir a segurança coletiva, o grupo tem duas estratégias: manter a lealdade e desprezar as tribos diferentes. Analogamente, isto ocorre nas redes sociais com a formação de grupos de apoio a candidatos X e desprezo a partidos Y. Assim, a formação de bolhas e a idolatria surgem nas redes sociais. Existem as mais diversas consequências para este fator social, mas a principal delas é o surgimento de calunias e manipulações de fatos.       Dessa maneira, as notícias falsas surgem de maneira a manchar a imagem dos participantes da corrida presidencial. Devido as redes sociais estarem contidas em meios digitais, a manipulação de imagens por programas de edição de fotos são mais fáceis. Nesse sentido, manifestações com baixos índices de engajamento popular podem aumentar seu volume artificialmente. Não somente isto, mas tais programas podem facilitar a edição de manchetes de jornais, capas de revistas e pesquisas eleitorais. Assim, as redes sociais servem de canais de propagação falsa, mas também de meio para endorsar discursos de ódio.       Portanto, as redes sociais possuem aspectos que potencializam a discussão política, mas que podem favorecer a manipulação ideológica e factual. Antes de tudo, é necessário que as redes sociais sejam livres, tanto para a verdade quanto para a mentira. Entretanto, é importante que haja a participação do Estado em casos de difamação e danos morais. Através da Polícia Federal, a vigilância das postagens de grandes páginas e personalidades devem ser realizadas, evitando que isto afete o curso das eleições. Além disso, para evitar a formação de bolhas sociais, é interessante que os algorismos das redes sociais sejam construídos de maneira tal que permita a entrada de opiniões diferentes das do usuário. Para isso, as empresas devem possuir um código ético para não favorecerem uma corrente ideológica. Mantendo, assim, a mesma liberdade de expressão das praças públicas da Grécia Antiga, que criou e sustentou o sistema democrático.