Enviada em: 11/10/2018

Albert Einstein, físico alemão, afirmou uma vez que tinha se tornado aterradoramente claro que nossa tecnologia havia ultrapassado nossa humanidade. Apesar de se tratar, provavelmente, de uma crítica à corrida atômica da Guerra Fria, essa declaração também pode se relacionar ao fenômeno recente de democratização do uso da internet e popularização das redes sociais, bem como as consequências negativas associadas a isso, que inclui a deterioração do processo democrático das eleições.      Nesse contexto, é possível concluir que as características que fazem as redes sociais um mecanismo de impressionante poder de apelo social são também as mesmas que potencializam seu uso para fins nocivos. Essas características são a facilitação do processo comunicativo, a despeito de grandes distâncias, a multiplicação de fontes de informação e o fornecimento de meios de mobilização e engajamento. Dessa forma, esses elementos aumentam e criam excrescências como notícias falsas, bots (programas que simulam o comportamento de uma pessoa real) e perfis falsos.    Ademais, cabe salientar que, em que pese a internet ser de acesso público, os domínios desses sites e aplicativos estão sob a propriedade de grandes corporações, o que, muitas vezes, dificulta a atuação do governo no que tange à fiscalização e inibição da propagação de notícias falsas, bots e perfis falsos. Esses são aproveitados em período eleitoral para disseminar ódio, medo e mentiras, com o objetivo de manipular a opinião pública.     Com todo o exposto, compete ao legislativo federal, na figura da Câmara dos Deputados, sancionar leis que responsabilizem essas corporações a se comprometerem a criar algoritmos que impeçam a expansão desses fatores negativos, por meio também de fiscalização humana, além da exposição clara dos riscos advindos das redes sociais nesse próprio meio, a fim de garantir o triunfo de um processo democrático saudável, para, finalmente, alçarmos tecnologia e humanidade a um mesmo patamar.