Enviada em: 15/10/2018

Contemporaneamente, com a invenção das redes sociais, a difusão de informações ficou muito mais eficiente, tendo em vista o fácil acesso e o grande número de usuários. Diante disso, nas eleições, os candidatos usam essa ferramenta para divulgar seus projetos, e as pessoas, para discutir as melhores opções de voto. No entanto, há também quem, nesse período, faz mal uso do espaço virtual e acaba gerando problemas, seja pela disseminação de discursos de ódio, seja pela propagação de notícias falsas.       Primeiramente, é válido apontar que uma das principais causas das desavenças no período eleitoral são as manifestações de ódio contra votantes dos partidos concorrentes. Segundo o sociólogo Pierre Bourdieu, "aquilo que foi criado para se tornar um instrumento de democracia direta, não deve ser convertido em mecanismo de opressão simbólica". No entanto, a realidade brasileira vai de encontro a tal máxima. Após a divulgação dos resultados das urnas, espalha-se no ambiente cibernético comentários e embates exaltados, os quais agridem os eleitores de outras regiões, onde o grupo político adversário saiu vitorioso; fato esse que contribui de maneira veemente para a xenofobia hodierna. Como prova disso, neste ano, vários jornais exibiram declarações de internautas de repúdio aos nordestinos, dos quais a maioria votou no representante do Partido dos Trabalhadores (PT).        Ademais, outro aspecto agravante do quadro de conflitos políticos que assolam o país durante as eleições são as "fake news". De acordo com a literatura machadiana, o homem é desprovido de moral e virtudes. Sob essa perspectiva, várias pessoas criam e, por meio dos mecanismo supracitados, propagam notícias falsas, com o intuito de denegrir a imagem de algum concorrente, para tomar seus votos e, assim, chegar ao poder. Como evidência disso, tomando conhecimento do cenário apresentado, quase 50 países, juntos, segundo pesquisas realizadas na Universidade de Oxford, investiram aproximadamente 2 bilhões de reais para combater essas práticas.       Portanto, a má utilização das redes sociais para fins eleitorais se mostra uma barreira a ser superada no país. Para isso, é necessário que o Ministério Público Eleitoral, em conjunto com a Polícia Federal, intensifique as fiscalizações no meio virtual e as investigações no ínterim abordado, com o intuito de identificar e punir os infratores responsáveis pelos danos morais sofridos, tanto pelos candidatos, quanto pelos votantes. Outrossim, o Ministério de Educação, juntamente com as escolas, deve promover palestras e discussões a respeito do tema tratado, a fim de difundir o pensamento político correto e tolerante, formando, assim, futuros bons representantes e eleitores, pois como afirmou o filósofo Immanuel Kant, "o homem é o que a educação faz dele".