Enviada em: 16/10/2018

Desrespeito; intolerância; imoralidade; essas são as palavras chaves do que tem acontecido na atualidade brasileira no que se refere às redes sociais no ano eleitoral. As eleições de 2018 tornaram-se marco do individualismo e egoísmo, já que as redes sociais deixaram de ter papeis construtivos nas discussões políticas. Nesse sentido, a violência e a imoralidade nos "bate-bocas" online configuram-se como a decadência da sociedade brasileira.     Em primeiro lugar, deve-se considerar a violência e o discurso de ódio no Twitter, Facebook, Instagram e outros. Dentro desse cenário, as eleições de 2018 tornaram-se um evento de ódio gratuito e agressões virtuais, entretanto, a violência não se limitou somente nas redes sociais. Seguindo essa linha de raciocínio, há o caso de Moa do Katande, divulgado pela Folha de São Paulo, aonde o mestre de capoeira foi assassinado a facadas por uma opinião divergente do agressor, o que contribui para o ambiente de medo e instabilidade. Logo, reverter esse quadro de desrespeito, intolerância e falta de empatia é essencial à efetivação da democracia.     Além disso, as opiniões diferentes entre a população são tratadas com imoralidade e agressões. Nesse contexto, o Imperativo Categórico, promulgado pelo filósofo Immanuel Kant, não se configura na realidade, já que, tal teoria é propulsora da ética universal, a qual prega o bem para todos, porém, as discussões atravessaram negativamente o Imperativo. Prova disso, são as intimidações sofridas pela cantora Marília Mendonça, a qual apoiou o movimento “Ele não” – cujo objetivo é protestar contra o fascismo nas eleições - que de acordo com a Revista Veja, foi alvo de constante ameaças de morte. Em suma, atitudes como essas ferem gravemente o que foi estabelecido pela Constituição de 1988, porque a mesma garante a segurança e o respeito entre indivíduos enquanto ser social.     Urge, portanto, a necessidade de modificar o papel das redes sociais nas discussões políticas contemporâneas. Para isso, é dever do Governo, aliado ao Ministério da Segurança Pública, criar linhas telefônicas e delegacias direcionadas a esses casos, aonde as últimas serão estabelecidas nas capitais de cada estado brasileiro, a fim de filtrar corretamente as agressões físicas e virtuais, aplicando as penas necessárias, sendo assim, um ambiente de maior segurança será estabelecido. Somado a isso, cabe à Mídia, em conjunto com o Ministério da Educação, promover campanhas de tolerância à divergência de opiniões em meios virtuais, por meio de debates escolares e sociais, além da divulgação dessas em horários de maior audiência nos canais de TV, mostrando que é possível denunciar ameaças e agressões, visando eliminar também a possível intolerância e construir o sentimento de empatia com o outro. Por fim, as discussões políticas tornar-se-ão saudáveis e positivas.