Enviada em: 22/10/2018

Em sua forma conceitual, a política refere-se a um sistema organizado que visa à administração social, por meio de um conjunto de direitos e deveres, além de normas e diretrizes que culminam no objetivo final: o bem estar social. Nesse sentido, é extremamente necessário que, numa democracia, os indivíduos participem do processo, de forma a exercerem suas cidadanias. À vista disso, nota-se que, hodiernamente, a participação social tem sido bastante influente através das redes sociais, seja pelo seu largo alcance, seja pelo seu poder em manipular as massas.       Mormente, é preciso considerar que, conforme Platão, não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados pelos que gostam. Com vistas às últimas décadas do cenário brasileiro, acreditou-se que a população havia se descompromissado com a política, já que houve diminuição das manifestações nas urbes e o grau de insatisfação e descrença na representatividade só aumentaram, cedendo margem ao argumento platônico de alienação política. No entanto, contrariamente a esse entendimento, observa-se que ainda existe uma grande participação coletiva nas decisões do país, mas, agora, se manifesta, sobretudo, nas redes sociais e se desenvolvem com debates pertinentes de assuntos da esfera pública. Comprava-se isso, também, internacionalmente, diante do protagonismo dos ativistas na Primavera Árabe.                                                Concomitantemente a esse prisma social, é preciso resgatar que, nem sempre, as redes funcionam de modo benéfico ao engajamento político. Isso porque, não raro, os cidadãos são influenciados pela divulgação de informações alteradas. É o que comprova os estudos da Oxford, universidade britânica, que divulgou recentemente o tema relacionando-o a ideia da circulação de Fake News, algo que tem viralizado em vários países, incluindo o Brasil. De fato, ao longo da história, inúmeros regimes se utilizaram de meios para controlar a opinião popular, a exemplo dos livros nazistas distribuídos por Hitler na segunda guerra. Todavia, é perceptível que, hoje, a internet adquire um potencial de coerção muito maior e a manutenção de falsas notícias visando à manipulação compreende uma ameaça à democracia e ao livre arbítrio, sendo necessário urgentemente a sua mitigação.                                            Com o fito de minimizar esse cenário, portanto, faz-se imperativo que cada cidadão mantenha-se afastado das falsas notícias, por meio de uma análise detalhada das fontes e da observação quanto ao exagero nos fatos, além de evitar o seu compartilhamento. Para isso, caberá à imprensa de maior credibilidade expor e alertar, por meio dos Jornais e de veículos virtuais, sobre a existência das Fake News, bem como elaborar manuais com medidas para que a população se mantenha afastada e evite a manipulação. A partir dessa mobilização, espera-se manter o compromisso ético nas eleições.