Enviada em: 29/10/2018

Nos anos 1930, o governo brasileiro criou o DIP( Departamento de Imprensa e Propaganda) com a função de legitimar o poder com meio de propaganda de rádio e, posteriormente, televisão, hoje, as redes sociais não só cumprem essa função como as amplia. Em vista disso, faz-se necessária uma análise sobre as nuanças desse processo excessivo de conjugação das redes virtuais com a esfera política.    Em primeiro lugar, cabe pontuar que, muitas vezes, as redes sociais são utilizadas como meio de dominação de massa. Segundo os sociólogos Adorno e Horkheimer, a modernidade é caracterizada pelo uso razão instrumental, ou seja, o intelecto humano orientado para a dominação do homem pelo homem. De fato, muitos grupos políticos de extrema esquerda e direita utilizam as redes sociais com fins de promoção política, utilizando, inclusive, de notícias falsas. Segundo matéria publicada pelo UOL, o problema das noticias falsas relacionadas à política já atinge 48 países. Portanto, denota-se que tal perspectiva dificulta a busca pela autonomia da razão humana.    Além disso, os limites do uso da redes sociais como veículos de informação são poucos delimitados.  Nesse viés, algumas medidas foram tomadas como, por exemplo, a criação do Marco Civil da Internet que regulamenta o acesso e a difusão de dados entre usuários e provedores. No entanto, na realidade,  as redes sociais ainda constituem uma esfera de livre arbítrio, uma vez que não há um órgão especializado em fiscalizar o cumprimento da lei em rede. Isso  com que campanhas políticas se deem  cada vez mais, no campo virtual, dada a facilidade de espalhar noticias em beneficio próprio. Segundo pesquisa feita pela universidade de Oxford, a ação para induzir a opinião pública nas redes quase dobrou de raio em apenas em um ano. Dada essa perspectiva, fica claro o porquê da ascendência das redes sociais em época de eleição.    Dado o exposto, os desafios do excessivo uso virtual com fins políticos tornam-se evidentes. Posto isso, é imperativo que o Governo, na figura do Ministério da Justiça, combata tais desarranjos em parceria com a Associação Brasileira de Jornalismo, criando um órgão que reúna as redes sociais mais utilizadas que estabeleça estratégias para filtrar as informações contidas na rede, a fim de que as noticias falsas percam seu espaço. Somente assim, o futuro político brasileiro assistirá a plena democracia.