Enviada em: 31/10/2018

O protagonismo das redes sociais nas decisões políticas       Desde as últimas eleições brasileiras, o cenário no país é de instabilidade e turbulência, no que se refere à situação política. Neste ano não poderia ser diferente, 2018 foi um ano marcado por uma das eleições mais disputadas desde a redemocratização, e, em meio desta grande polarização política, as redes sociais ganharam destaque entre eleitores e candidatos. Se por um lado elas facilitam a comunicação e divulgação de mensagens e opiniões, por outro há quem critique sua real eficiência em virtude da imaturidade política do povo brasileiro aliada a uma democracia fragilizada.       É consensual que a democracia brasileira, apesar de jovem, encontra-se numa situação bastante frágil em decorrência de crises econômicas, sociais e política. Nesse sentido, o sentimento de descrença com o atual sistema e de falta de representatividade passa a dominar entre os brasileiros. Este inconformismo aliado à facilidade de acesso às redes sociais faz com que estas sejam vistas como um meio de expor suas opiniões, absorver conteúdos compartilhados e interagir de forma rápida com outros internautas. O principal problema é que numa sociedade marcada pelo imediatismo, com pouca visão crítica e analítica, nem sempre as mensagens compartilhadas refletem fatos verídicos ou são de fontes confiáveis. Deste modo, grande parte da população acaba sendo influenciada por pessoas que não dominam certos assuntos, mas possuem grande poder de persuasão.       Concomitantemente, a popularização das redes sociais no país fez com que estas se tornassem o principal mecanismo de comunicação. Durante a campanha eleitoral, os candidatos e seus apoiadores utilizaram-nas em seu favor, como forma de divulgação de suas propostas e valores, sendo esta a forma mais rápida de alcançar seus possíveis eleitores. O grande problema reside nos mecanismos impulsionadores, nos quais os candidatos pagam para ter suas publicações compartilhadas e visualizadas por um maior número de pessoas - proibido por lei. Somado a isso, as "fake news" e perfis falsos ajudam os candidatos a conquistar maior popularidade, principalmente entre os eleitores indecisos ou os facilmente manipulados - aqueles com pouca capacidade de discernimento.       É possível dizer, portanto, que é necessário que o Poder Judiciário faça valer a lei existente, julgando casos de acusações por impulsionamento de conteúdos em redes sociais e punindo devidamente os infratores, a fim de se conseguir campanhas eleitorais mais justas e verdadeiras. Às escolas e universidades, em conjunto com a Justiça Eleitoral, cabe a criação de palestras que divulguem esta lei, orientem e reforcem a importância de se analisar criticamente conteúdos divulgados, bem como os perigos por trás das manipulações eleitorais.