Enviada em: 25/01/2019

As redes sociais, originalmente criadas com o intento de aproximar pessoas e promover a interação, receberam novas finalidades ao longo dos anos. Servir como fonte de informação e viabilizar o debate político são algumas delas, porém, a ferramenta mostra-se inapta a essas funções visto que notícias falsas são divulgadas pelas redes todos os dias, indubitavelmente manipulando a opinião pública. Considerando a teoria dos filósofos Adorno e Horkheimer, onde é pontuado que no sistema capitalista a manipulação da forma de agir e de pensar retorna em forma de lucro, é seguro dizer que a disseminação das chamadas Fake News são de interesse político-econômico da mídia. Os sites especializados em bots - robôs desenvolvidos para que a informação seja impulsionada -, vendem pacotes que aumentam o alcance das publicações, crescendo as chances de viralizar. Junto deles, sites que ganham por cliques lucram ao divulgar matérias apelativas e com títulos sensacionalistas. Sob outro ângulo, enfrenta-se uma sociedade com parcela de culpa. A dificuldade de assimilar a gravidade do problema somada com o despreparo dos indivíduos para diferenciar o verídico do que pode não ser verídico contruibuíram para que 4,4 milhões de notícias falsas fossem divulgadas no segundo trimestre de 2018, segundo um levantamento da PSafe. Como resultado, os debates nas redes sociais voltados às eleições mais recentes eram drasticamente polarizados, e a desconfiança quanto a veracidade de tudo publicado na internet, mesmo em sites jornalísticos veríficados multiplicou-se, enfraquecendo a imprensa. Assim sendo, é imprescindível que, no âmbito legislativo, o Congresso Nacional, através da aprovação de novas leis, deve criminalizar aqueles que geram notícias falsas maliciosas com a devida multa e pena, a fim de coibir a prática e levar justiça às suas vítimas. Simultaneamente, a educação digital deve ser levada aos cidadãos brasileiros por intermédio das escolas, para que desde jovens estes indivíduos sejam capazes de lidar com os novos recursos tecnológicos cientes de seus riscos, e consumam o conteúdo das redes com cautela e senso crítico.