Enviada em: 14/04/2019

O sistema é falho     A ciência política foi inventada na Antiguidade, a fim de expressar o bem comum e para evitar diferenças e conflitos sem transforma-los em guerra. Assim, a partir dela foram definidos direitos e deveres, e, após muitas lutas e protestos, tornou-se possível a participação do povo nas decisões que dizem respeito à vida em comunidade. Porém, no cenário atual, ocorre um desinteresse pela governação fazendo com que cresça a cada eleição o número de pessoas que não votam. Sendo assim, para que a conquista pelo direito de votar promova transformações sociais que o Brasil necessita, a participação política popular precisa voltar a ser ativa.     Nesse ponto de vista, nas últimas eleições de 2014, o número de votos nulos, brancos e às abstenções somadas chegou a superar aos recebidos pelo vencedor, sendo isso uma forma de protesto e aviso para a classe governante. Com isso, o recente desprezo pelo voto, o desencanto pela coisa pública e a rejeição daqueles que se candidatam são o pior alerta de que algo não está funcionando, como também, denúncia o falho sistema representativo atual.     Contudo, esse desânimo representa um grave problema para a democracia, já que sua prática consiste no controle do poder pelo voto popular. Então, sabendo que é ilusório acreditar que existe o "não voto", porque quem não participa acaba aceitando o resultado e as propostas dos eleitos, essa apatia, seja pelos alarmantes casos de corrupção ou pelas promessas de companhas não cumpridas, gera uma acomodação das pessoas, que estão cada vez menos participativas e não questionando o modo como a administração é feita, ao invés de fiscalizar e cobrar dos eleitos.     Portanto, para que a conquista pelo direito de votar promova transformações sociais, é necessário que a participação popular na política seja ativa e questionadora. Neste sentido, o poder legislativo deve promover uma mudança na lei eleitoral, permitindo que venha para o governo aqueles que realmente querem se empenhar no bem coletivo e não os que buscam poder em razão dos privilégios, como também, o MEC oferecer o ensinamento político na educação básica e promover propagandas com engajamento participativo pela internet, para que a população crie uma consciência política ativa e fiscalizadora.