Enviada em: 26/06/2018

No início do século XX, o Brasil inicia uma política econômica de substituições de importações que culminou na industrialização do país. Entretanto, por se tratar de um projeto recente para a época, permaneceu sem legislação trabalhista, o que permitiu que crianças trabalhassem em fábricas em situações perigosas. Esse contexto reflete-se até os dias atuais em que, apesar do surgimento de leis que proíbam a prática, a atividade laboral infantil ainda é comum devido à valorização dessa atividade em detrimento dos estudos. Tendo isso em vista, é evidente que medidas devem ser tomadas para que essa situação acabe, visto que tira de milhares de jovens a oportunidade de estudar.      Primeiramente, predomina no país a mentalidade de que o trabalho é uma atividade mais nobre do que os estudos, pois impede que a criança fique ociosa, sob o ponto de vista de certas pessoas. Esse pensamento criou raízes devido ao trabalho fabril dos primórdios da industrialização brasileira e também graças a estrutura agrária do país, em que filhos eram usados como mão de obra na lavoura. Consequentemente, a atividade tornou-se mais valorizada do que o meio acadêmico, ideia que, fortalecida pelo ensino precário de muitas escolas do país, faz com que jovens parem de estudar devido a falta de perspectiva com a educação. Dessa forma, é notável que são necessárias ações que reafirmem a importância da escola na formação do indivíduo.       Além disso, o trabalho infantil é um reflexo da estrutura social desigual do Brasil, na medida em que crianças precisam trabalhar para ajudar a renda da família e abandonam os estudos, se expondo à condições perigosas. Desse modo, cria-se um ciclo no qual o indivíduo permanece na situação de pobreza e marginalização que envolve também as próximas gerações, o que é concordante com Paulo Freire quando este afirma que, se a educação sozinha não muda a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Logo, é visível que o trabalho infantil deve ser combatido uma vez que torna-se um obstáculo à melhoria da qualidade de vida dos afetados.         É evidente, portanto, que medidas devem ser tomadas para por fim ao trabalho infantil na sociedade brasileira. O Ministério da Educação, em associações com acadêmicos do ramo da pedagogia, deve criar palestras e atividades interativas que mostrem aos pais a importância dos estudos, para acabar com a falta de perspectiva na educação e para que esses incentivem os filhos a continuarem na escola. Além disso, esse órgão também deve promover melhorias nas escolas públicas, bem como promover o ensino técnico integrado, a fim de que jovens que precisam ajudar a família possam continuar estudando, dessa vez a espera de uma melhor qualificação quando chegar a idade certa.