Enviada em: 03/10/2017

No mundo oriental, em países com populações gigantescas, como a Índia e a China, o uso de mão de obra infantil é comum, devido à necessidade de sobrevivência. A despeito da população brasileira ser bem menor, a problemática do trabalho infantil tende a persistir. Por conseguinte, o desenvolvimento do país é prejudicado por essa situação, que é fruto da intensa pobreza em determinadas regiões e consequência da lógica capitalista.      Nessa conjuntura, a busca incessante por lucros tende a legitimar o trabalho infantil. Isso ocorre em função da perda de valores éticos nas relações de trabalho, as quais priorizam o capital em detrimento das reais necessidades de uma criança, como o estudo e o lazer. Um importante filósofo da Escola de Frankfurt, Marx Horkheimer, ilustra esse quadro ao indicar que na sociedade contemporânea o que predomina é a razão controladora e instrumental, ao invés de uma razão que se preocupe com o ser humano.       Outrossim, a pobreza no Brasil é preponderante para que as próprias famílias apoiem o trabalho infantil. Desse modo, a região onde há umas das maiores taxas de pobreza do país – o Nordeste – também é responsável por mais de 2/5 do número de crianças trabalhadoras. Nesse ambiente, profundamente marcado pelo cenário rural, os pais iniciam os filhos no trabalho desde cedo, a fim de que a renda familiar aumente e eles consigam manter mínimas condições de vida.        Portanto, para o Brasil se desenvolver deve-se agir energicamente contra a persistência do trabalho infantil. Destarte, a pobreza regional rural necessita ser mitigada por meio de subsídios, concedidos pelo Governo Federal, aos produtores de pequenas propriedades, com o intuito de substituir a renda que seria obtida com o trabalho das crianças. Ademais, é importante que o Ministério Público do Trabalho fiscalize mais intensamente as empresas, denunciando as que se utilizarem de trabalho infantil, a fim de que a busca por lucro não transpasse os direitos dos mais novos.